São Paulo libera “bandeirões”, faixas e instrumentos musicais de torcidas em estádios de futebol

A partir desta quarta-feira (2), as torcidas organizadas dos grandes clubes de São Paulo poderão levar novamente instrumentos musicais e “bandeirões” (somente as bandeiras grandes, sem mastros) aos estádios de futebol. A decisão foi anunciada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, após a assinatura de um termo de compromisso das torcidas com o Ministério Público, o Poder Judiciário e a Federação Paulista de Futebol (FPF).

Para que isso seja possível, os clubes terão de se comprometer a não praticar atos de violência nos estádios, a não acender artefatos pirotécnicos e a fornecer cadastro atualizado de seus associados, entre outras medidas. A decisão é no mínimo absurda, pois o Brasil é o paraíso da impunidade. Além disso, torcidas organizadas são, em sua extensa maioria, filiais camufladas de organizações criminosas que fazem reféns as diretorias dos clubes.

O acesso dos instrumentos musicais aos estádios só será possível com a identificação dos portadores ou dos representantes das torcidas, que precisarão fazer contato com o policiamento no dia da partida, e apresentar um ofício. As torcidas organizadas terão ainda que comparecer às reuniões preparatórias ao dia da partida, sob risco de proibição de acesso ao estádio com qualquer material ou instrumento musical.

De acordo com a FPF, cada torcida poderá ir ao estádio, nos jogos em que seu time é o mandante, portando um “bandeirão”, uma faixa e sete instrumentos musicais. A medida não vale para os jogos em que o clube é visitante. As camisas das torcidas organizadas e os mastros continuam proibidos.


A decisão não engloba as torcidas do Corinthians, que, por decisão da Justiça do Rio de Janeiro, continuam proibidas de entrar em qualquer estádio do país, desde a confusão ocorrida em outubro, no Maracanã, em um partida entre o clube paulista e o Flamengo. Em nota publicada em seu site, a Gaviões da Fiel, principal torcida do Corinthians, informa que participou da reunião, mas não assinou o documento porque foi notificada pelo Ministério Público de São Paulo de que a punição estabelecida pela Justiça do Rio de Janeiro seria mantida até que a ação civil pública ajuizada pelo MP do Rio seja julgada. A Gaviões da Fiel informou já ter entrado com recurso.

“Esclarecemos que os Gaviões da Fiel não assinaram o documento porque iremos resolver a pendência no Rio de Janeiro e também por não concordar com alguns pontos do documento que, na nossa avaliação, precisam ser discutidos com mais profundidade, como o Plano Preventivo de Segurança, a proibição de torcidas visitantes e a análise individual das proibições/punições generalizadas às entidades e seus sócios”, acrescentou.

O documento assinado pelas torcidas organizadas, no entanto, mantém a decisão de torcida única nos clássicos paulistas, ou seja, nas partidas que forem disputadas entre o Santos, o Palmeiras, o São Paulo e o Corinthians.

Assinaram o documento as seguintes torcidas: Independente, Dragões da Real e Falange Tricolor, do São Paulo; Mancha Alvi Verde, TUP, Savoia, Pork’s e Rasta Alvi Verde, do Palmeiras; Torcida Jovem e Força Jovem, do Santos; Jovem Guarani, Guerreiros da Tribo e Furia Independente, do Guarani; Ju-Jovem, do Juventus; Uniformizada Serponte, da Ponte Preta; Almanac, do Nacional; e a Fiel Força Tricolor, do Botafogo de Ribeirão Preto. (Com ABr)

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