PF conclui inquérito e identifica crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por Gleisi

Desmoronou o castelo de cartas da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que aparece nas planilhas de propina da Odebrecht sob o sugestivo codinome “Amante”, assunto que pode ter rendido dissabores no lar da petista. Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, bajuladora de primeira hora do alarife Lula e defensora ferrenha do regime criminoso e totalitarista de Nicolás Maduro, o ditador venezuelano, Gleisi praticou crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, segundo relatório da Polícia Federal (PF).

Em nota divulgada nesta segunda-feira (7), a PF informou que a senadora petista recebeu, em 2014, propina da Odebrecht em forma doação eleitoral, a exemplo do que fez a maioria dos políticos que foram alcançados na Operação Lava-Jato.

Segundo as investigações, Gleisi teria recebido, através de terceiros, oito pagamentos no valor de R$ 500 mil cada. Os repasses estavam registrados em planilha apreendida com uma funcionária do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, nome pomposo dado ao departamento de propinas da empreiteira.

As investigações apontam que recursos ilícitos foram repassados a um dos sócios da empresa de marketing que prestou serviços à campanha de Gleisi Helena na campanha de 2014. Na nota, a PF afirma também que foram encontrados mais três repasses à mesma empresa: um de R$ 150 mil em 2008 e dois de R$ 150 mil em 2010.

A PF identificou indícios de corrupção e lavagem de dinheiro também por parte do ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), marido da petista, e pelo então chefe de gabinete da senadora, Leones Dall’Agnol.

Além do inquérito em questão, Gleisi Helena, denunciada por sete delatores do Petrolão de ter recebido propina, é ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por receber propina no valor de R$ 1 milhão. Na mesma ação são réus o marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), e o empresário curitibano Ernesto Kugler Rodrigues.

A presidente do PT também é alvo de investigação no âmbito da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal, que desvendou esquema criminoso, comandado por Paulo Bernardo, segundo as autoridades, que subtraiu mais de R$ 100 milhões de servidores federais e aposentados que recorreram a empréstimos consignados por meio do sistema Consist. Parte dos recursos desviados teria quitado despesas da senadora paranaense, inclusive o salário do seu motorista, em Curitiba.

O advogado que defende a parlamentar petista, Rodrigo Mudrovitsch, alegou que sua cliente não cometeu qualquer irregularidade. “A defesa entende que não há elementos nos autos que autorizem a conclusão alcançada pela Polícia Federal. Não foi praticada qualquer irregularidade pela senadora”, afirmou Mudrovitsch.


A defesa Paulo Bernardo informou desconhecer a investigação e acrescentou que o ex-ministro jamais foi chamado a depor ou prestar esclarecimentos sobre tais fatos, o que o impede de se manifestar sobre o caso. Por ocasião da investigação da PF que culminou com ação penal no STF, os discursos de Gleisi e do marido foram idênticos.

Para quem se acostumou a intimidar jornalistas com processos judiciais apenas por discordar de matérias que exaltam suas bizarrices e transgressões, como se o Brasil não fosse uma democracia plena, Gleisi está se revelando um fenômeno. Não obstante, a senadora ainda deve uma explicação sobre a nomeação de um pedófilo conhecido e condenado a mais de cem anos de prisão para cargo de confiança na Casa Civil. Eduardo Gaievski, o pedófilo, foi incumbido por Gleisi de cuidar dos programas do governo federal destinados a crianças e adolescentes, no melhor estilo “raposa tomando conta do galinheiro”.

Confira abaixo a íntegra da nota da Polícia Federal sobre o inquérito:

“PF CONCLUI INQUÉRITO DO STF

Brasília/DF – A Polícia Federal concluiu na data de hoje (07/08) o inquérito 4342 do Supremo Tribunal Federal, instaurado para apurar crimes supostamente praticados no âmbito de uma campanha eleitoral para o Senado Federal de 2014.

Em fevereiro 2016, a PF apreendeu documentos na residência de uma secretária do setor de operações estruturadas da construtora Odebrecht. Entre eles, planilhas relatando dois pagamentos de R$ 500 mil cada a uma pessoa de codinome “COXA”, além de um número de celular e um endereço de entrega.

A investigação identificou que a linha telefônica pertencia a um dos sócios de uma empresa que prestou serviços de propaganda e marketing na última campanha da senadora Gleisi Hoffmann.

A PF verificou outros seis pagamentos no mesmo valor, além de um pagamento de R$ 150 mil em 2008 e duas parcelas de R$ 150 mil em 2010. Também foram identificados os locais onde os pagamentos foram realizados e as pessoas responsáveis pelo transporte de valores.

Essas tabelas também foram apresentadas pela construtora no momento em que foi firmado termo de colaboração premiada.

Há elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro praticados pela senadora, seu então chefe de gabinete, Leones Dall Agnol e seu marido, Paulo Bernardo da Silva, além dos intermediários no recebimento, Bruno Martins Gonçalves Ferreira e Oliveiros Domingos Marques Neto.

Os autos também comprovam que a parlamentar e seu marido, juntamente com Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luiz Arruda Lana, foram responsáveis pelo cometimento de crime eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral).”

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