“CPMI da JBS precisa de base técnica antes de iniciar depoimentos”, diz o democrata Ronaldo Caiado

Durante sessão da CPMI da JBS na manhã desta quarta-feira (20), o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) alertou para a necessidade de a comissão ter acesso aos processos contra a empresa em andamento para depois iniciar os depoimentos.

O líder do Democratas no Senado argumentou que é essencial fazer uma análise técnica, inclusive com auxílio da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, de processos obtidos a partir de operações –Bullish, Greenfield, Tendão de Aquiles e Carne Fraca – e delações dos irmãos Batista para ter embasamento no momento da arguição de convocados e convidados. Caiado afirmou que os depoentes não podem pautar a CPMI. O parlamentar reforçou que a comissão não entrará em queda de braço e tampouco agirá conforme interesses partidários, mas buscará resultados concretos.

“Não vamos entrar nessa queda de braço, de partido A contra B, ou contra o Ministério Público. Qualquer instituição pode ter pessoas que cometam falhas, mas a instituição está muito acima das pessoas que ocupam os cargos. Temos que agir, conforme a sociedade espera de nós. Vejam que em 2006 entrei no CADE e apresentei a gravação mostrando que a JBS cartelizava o mercado e só agora que todas as irregularidades vieram à tona, o CADE começa a responder, 11 anos depois que denunciamos esse fato”, relembrou o senador.


“Cabe a nós dentro daquilo que foi colocado como prioridade na CPMI, requerer documentos, todos aqueles processos em fase bem adiantada para que tenhamos um mínimo de informações que nos dê a condição de arguir quem for aqui convocado ou convidado. Nesta hora é fundamental ter também um assessor da Polícia Federal, do Ministério Público, para que possa esclarecer detalhes sobre esses processos que estão relatados: Bullish, Greenfield, Carne Fraca, Tendão de Aquiles, as delações do Joesley e Wesley e de demais membros da JBS. Não podemos ficar aqui deixando com que o convidado nos paute. Dessa forma, não estaremos repetindo fatos que são de conhecimento de todos. Aos termos estas informações poderemos agir dentro das linhas definidas pelos membros da CPMI, definir prioridade dos convidados. Se vamos iniciar os depoimentos pela parte técnica do CADE, dos estados, do BNDES, do Banco do Brasil, dos fundos de pensões. Ou se vamos direto no presidente do BNDES”, argumentou Caiado.

O parlamentar disse que ao proceder com base nos processos em andamento a CPMI terá mais credibilidade e eficiência. “Bem alicerçados com argumentos, teremos como convalidar as perguntas que estamos formulando, o que dá credibilidade. Será um grande passo para minimizar esse prejuízo que a JBS causou a população, como também ao nosso setor principalmente, ao Centro-Oeste e parte do Norte, penalizados com essa estrutura criada pela JBS no Brasil”, concluiu.

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