Sem saber o que fazer, governo Temer põe fim às dúvidas e mantém horário de verão em 2017

Chegou ao fim o impasse sobre o horário de verão, que estava na dependência de uma enquete nas redes sociais para ser implementado pelo governo federal. Depois de aventar a possibilidade de acabar definitivamente com o horário de verão, o Palácio do Planalto decidiu manter a mudança de horário em 2017, que pode não ser levado a cabo no próximo ano.

Nesta segunda-feira (25), o governo confirmou a manutenção do horário de verão, que começa em 15 de outubro e estende-se até 17 de fevereiro de 2018. De acordo com o ministro Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia, o recuo do governo em relação à consulta popular se deve à falta de tempo para deflagrar o processo de avaliação

Na última semana, o governo informou que a aplicação do horário de verão neste ano dependia de uma decisão da Presidência da República, pois estudos comprovam que a mudança não proporciona economia de energia.

Ciente de que o assunto é polêmico e tem defensores e críticos em números quase parelhos, o governo acenou com a possibilidade de uma consulta junto aos usuários de redes sociais, mas esse levantamento é uma forma simplista demais de se tomar decisão tão importante e que requer análise técnica por parte de especialistas. O tema era tão delicado, que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, preferiu não se manifestar, cabendo ao presidente da República a decisão final.


“Tendo em vista as mudanças no perfil e na composição da carga que vêm sendo observadas nos últimos anos, os resultados dos estudos convergiram para a constatação de que a adoção desta política pública atualmente traz resultados próximos à neutralidade para o consumidor brasileiro de energia elétrica, tanto em relação à economia de energia, quanto para a redução da demanda máxima do sistema”, informou o Ministério de Minas e Energia.

Participarão do horário de verão, além do Distrito Federal, os seguintes estados: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Em 2016, a economia obtida com a mudança de horário foi de apenas R$ 159,5 milhões.

Entre “tapas e beijos”, o horário de verão precisa ser avaliado de maneira pontual e por especialistas na área, os quais devem levar em consideração diversos tópicos, como, por exemplo, previsões meteorológicas. No caso de longos períodos de estiagem, o horário de verão pode ser uma solução para se evitar um mal maior.

Por outro lado, a economia de energia deve mirar a conscientização do consumidor, que no Brasil chega a ser irresponsável em relação ao tema. Cabe ao governo a tarefa de disseminar a cultura da economia de energia, começando pelos edifícios públicos, que quase sempre rompem as madrugadas com as luzes acesas.

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