O Partido dos Trabalhadores definitivamente mergulhou em um processo de total subversão de valores. Dizer a verdade, como fez o ex-ministro Antonio Palocci Filho em relação a Lula, é considerado um delito capital. Ao mesmo tempo, os “companheiros” comemoram a questionável absolvição do homem da mochila de dinheiro, o ex-tesoureiro petista João Vaccari, como um triunfo da Justiça.
Quem verbaliza aos bolhões essa situação bizarra é a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, ela própria atolada, juntamente com o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, gaves e contundentes denúncias de corrupção.
Abusando da dissimulação, até porque para defender o PT não há outra saída, Gleisi considerou que as devastadoras revelações de Palocci sobre o envolvimento do ex-presidente Lula em casos de corrupção são uma espécie de crime de lesa-pátria.
Por outro lado, a senadora paranaense avaliou a absolvição de João Vaccari, em um dos muitos processos a que responde por corrupção passiva, como legítimo triunfo da Justiça e uma inequívoca evidência de que as arrasadoras acusações que pesam contra o PT podem ser revertidas.
O PT, que iniciou sua trajetória com a promessa de implantar a ética na política nacional, mergulhou como ninguém na corrupção e hoje, envolvido em um cipoal de denúncias, entrou em um processo patológico de negação de evidências.
Esse quadro de desvario comportamental foi bem retarado por Antonio Palocci na carta em que o ex-ministro pede a sua desfiliação do partido. “Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do homem mais honesto do país enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (!!) são atribuídos a Dona Marisa?”.
Gleisi Helena só chegou ao comando do PT por obra e graça do alarife Lula, o que explica a postura da senadora diante da enxurrada de denúncias contra o “doutor honoris causa”. O partido enveredou pelas plagas do banditismo político sob a justificativa de que outras legendas faziam o mesmo, mas agora tenta alegar inocência como se o País não conhecesse a verdade.
Em vez de insistir nesse cansativo discurso persecutório, Gleisi deveria reforçar o estoque de coragem e eliminar dos quadros da agremiação o pedófilo Eduardo Gaievski, condenado a mais de cem anos de prisão e que cumpre pena em estabelecimento penitenciário no interior do Paraná. Enquanto ministra da Casa Civil, Gleisi incumbiu o “companheiro” Gaievski de cuidar dos programas federais destinados a crianças e adolescentes. Tudo no melhor estilo raposa tomando conta do galinheiro.