Moro cobra recibos originais de aluguel de apartamento em SBC e deixa Lula em situação de dificuldade

(Divulgação)

Responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro ordenou à defesa do ex-presidente Lula “esclarecer expressamente” se tem os recibos originais do aluguel do apartamento contíguo ao do petista, em São Bernardo do Campo. O imóvel é alvo de ação penal em que Lula é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, crimes que na outra ponta têm a construtora Odebrecht.

Para a força-tarefa da Lava-Jato, a empreiteira adquiriu o apartamento em nome de Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bulmlai, amigo de Lula e igualmente réu em ações do Petrolão.
Em 13 de setembro passado, durante depoimento ao juiz Moro, o ex-metalúrgico disse que acreditava na existência dos comprovantes de pagamento de aluguel do apartamento e que recorreria ao seu contador para encontrar os documentos.

Dias antes, também em depoimento ao juiz da Lava-Jato, Glaucos da Costamarques afirmou não ter recebido um centavo pelo aluguel do imóvel no período entre fevereiro de 2011 e novembro de 2015, mas mesmo assim declarou os valores à Receita Federal.

Doze dias depois, em 25 de setembro, a defesa de Lula apresentou em juízo cópias dos recibos, que nessa condição impede a realização de perícia. Costamarques recobrou a memória declarou, por meio de advogados, que assinou vários recibos de uma só vez ao final de 2015, quando estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para uma cirurgia cardíaca. Os recibos foram levados ao hospital pelo advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, e por um contador, após a prisão de Bumlai.


Juntamente com as cópias dos recibos, os advogados de Lula apresentaram um contrato de locação firmado entre Glaucos da Costamarques e a ex-primeira-dama Maria Letícia, falecida em fevereiro deste ano. Ou seja, Lula mais uma vez recorre à finada mulher para tentar escapar de mais uma condenação.

É importante lembrar que entre os recibos de aluguel, dois deles apresentam datas que inexistem no calendário cristão, o que sugere que os mesmos foram feitos às pressas e podem ser fruto de falsificação ou, na melhor das hipóteses, de tentativa de fraude processual.

No último dia 4 de outubro, o MPF ingressou com incidente de falsidade criminal para apurar a autenticidade dos recibos apresentados pelos caros e badalados advogados de Lula, cujos honorários não se sabe como estão sendo pagos, assim como as despesas de uma defesa pirotécnica e que ultrapassa as fronteiras brasileiras.

A situação de Lula piora sobremaneira com esse novo episódio judicial, uma vez que os depoimentos de executivos da Odebrecht e de Glaucos da Costamarques apontam na direção contrária à falsa inocência do petista. Caso fique comprovada o crime de falsidade ideológica em relação aos recibos, a condenação de Lula na respectiva ação penal será considerada mais do que certa.

apoio_04