General Augusto Heleno, que atuava no COB a convite de Nuzman, pede demissão

(Divulgação)

O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que atuava no Comitê Olímpico do Brasil (COB) desde 2011, a convite do presidente afastado Carlos Arthur Nuzman, pediu demissão nesta terça-feira (10). Heleno dirigia o Departamento de Comunicação e Educação Corporativa e o Instituto Olímpico, órgão educacional da entidade.

A decisão do militar foi tomada cinco dias após a prisão de Nuzman, acusado de participar de esquema criminoso para a compra de votos que culminou com a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

O COB informou que a saída do militar de seus quadros já era programada, uma vez que ele havia decidido se mudar para Brasília. A entidade disse ainda que o general cumprirá aviso prévio.

Augusto Heleno, 69 anos, foi comandante das tropas da Missão da Organização das Nações Unidas no Haiti de 2004 a 2005. Entre 2007 e 2009, o general exerceu a função de Comandante Militar da Amazônia.


O general foi transferido para o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército após chamar de “caótica” a política indigenista do governo federal e criticar a demarcação de terras indígenas no território Raposa Serra do Sol. Em 2011, antes de receber o convite de Nuzman, ele havia passado para a reserva.

O pedido de demissão foi entregue pelo general em um momento conturbado para o COB. Nuzman e o ex-diretor da entidade Leonardo Gryner foram presos na quinta-feira (5). Ambos são investigados na Operação Unfair Play – Segundo Tempo, deflagrada como um desdobramento da Unfair Play, que investiga a compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica de 2016.

Nesta quarta-feira (11), uma assembleia geral extraordinária do COB analisará o pedido de afastamento do cargo apresentado por Carlos Arthur Nuzman. A solicitação foi entregue na última sexta-feira (6), um dia após sua prisão, agora transformada em preventiva. (Com ABr)

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