Mais de 5 mil combatentes estrangeiros do “Estado Islâmico” retornaram aos países de origem

Diz o ditado que “o bom filho a casa torna”, mas quando o assunto é extremismo esse mantra torna-se um perigoso incômodo. Com a perda de território na Síria e no Iraque, ao menos 5,6 mil combatentes estrangeiros do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) voltaram para seus países de origem, aponta estudo divulgado nesta terça-feira (24) pela think-tank “Soufan Center”, baseada em Nova York.

De acordo com a ONG que analisa questões de seguranças, estes integrantes do EI retornaram para 33 países e essa volta pode representar uma ameaça nesses Estados. O estudo destacou ainda que esse retorno é um desafio para agências de segurança locais.

Estima-se que mais de 40 mil estrangeiros de aproximadamente 110 países juntaram-se ao EI antes e depois de os jihadistas declararem o califado, em junho de 2014. Destes, 5.718 são de países do oeste europeu, mais de 8,7 mil vêm de regiões que pertenceram à ex-União Soviética e 439 da América do Norte.

A ONG estima que 30% dos mais de 5 mil residentes da União Europeia (UE) que lutaram com os extremistas voltaram para suas casas. De acordo com o estudo, muitos dos combatentes que retornaram podem estar desiludidos com o extremismo, mas ainda há aqueles que desejam continuar lutando ao lado dos jihadistas ou por seus ideais.


O estudo apontou também que há antigos integrantes do EI que já se juntaram a outros grupos extremistas que operam nas Filipinas, no Egito, no Afeganistão e na Líbia. Outros milhares de combatentes foram mortos em batalhas na Síria e no Iraque com o avanço das tropas de segurança, que já retomaram praticamente quase todo o território que foi ocupado pelo EI.

O levantamento destacou ainda que reintegração de mulheres e crianças que faziam parte do EI também é um problema a parte e ressaltou que a prisão de jihadistas não resolve a questão. A consultoria recomenda que governos invistam em programas de reintegração.

“As questões de identidade e desconfiança generalizada de instituições governamentais e política que o EI conseguiu explorar não vão simplesmente desaparecer”, ressaltou o estudo.

O “Estado Islâmico” proclamou em 2014 um califado numa região do tamanho da Itália, que conquistou entre o Iraque e a Síria. Desde então, o grupo perdeu 85% deste território depois de ofensivas lideradas pelos Estados Unidos e a Rússia. O grupo promoveu ainda diversos atentados na Europa. (Com agências internacionais)

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