Após esgrimar com o governo Temer, Rodrigo Maia fala em ajudar na aprovação da agenda econômica

Como sempre afirma o UCHO.INFO, na política o jogo é bruto e a disputa não é para principiantes. Aliás, alguns veteranos têm tropeçado de forma recorrente no tabuleiro do enxadrismo político nacional. Há muito sonhando com voos mais altos, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ensaiou nos últimos meses alguns passos mais ousados, mas alguns episódios fizeram com que o democrata voltasse à realidade.

Nas últimas semanas, na esteira da segunda denúncia contra Michel Temer, o presidente da Câmara decidiu protagonizar um duelo nada silencioso com o Palácio do Planalto, uma vez que os peemedebistas palacianos passaram a flertar de forma incisiva com deputados que começaram a desembarcar de seus respectivos partidos, em especial o PSB.

O Democratas, que pretende engrossar a bancada na Câmara, também havia alçado à mira tais políticos. Por outro lado, o Palácio do Planalto, que precisa aprovar medidas importantes no Congresso nos próximos meses, continua trabalhando para reforçar a bancada do PMDB na Câmara e no Senado. Até porque, liberação de emendas parlamentares e distribuição de cargos tem limite.


O que se viu nos bastidores do poder foi uma briga considerável, a qual colocou o País à beira do abismo de uma crise institucional ainda mais acirrada. Farpas para lá e ameaças para cá, Rodrigo Maia parece ter compreendido que a briga no Planalto Central é assunto para gente do ramo e com experiência de sobra. E nessa situação o recuo é mais prudente.

A investida impetuosa de Maia encontrou respaldo no plano do Democratas de lançar candidato à Presidência da República, o que certamente dividiria o bloco dos partidos de centro que disputará a corrida presidencial do próximo ano. Diante do avanço da radicalização que toma conta dos ensaios da disputa presidencial, um candidato de centro, apoiado por todos os partidos dessa ideologia, é a solução mais adequada ao País.

Com a turbulência que ronda a capacidade de João Doria, prefeito de São Paulo, de reunir cacife político para sair candidato ao Palácio do Planalto e o recuo momentâneo do apresentador Luciano Huck de seguir o mesmo caminho, o Democratas passou a rever seu plano para 2018.

Diante da sequência de impasses, Rodrigo Maia optou pela prudência e anunciou sua disposição para ajudar o governo na questão da agenda econômica, com direito a aprovação de reforma “light” da Previdência. Maia não fala em ajudar o governo especificamente, mas de viabilizar os pleitos do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Afinal, Michel Temer está com a popularidade ao rés do chão, ao passo que Meirelles está sendo incensado como o salvador da pátria.

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