Força Aérea dos EUA não informou o FBI sobre histórico violento de atirador do Texas

A Força Aérea dos Estados Unidos admitiu, na segunda-feira (6), não ter informado o FBI sobre o histórico de violência de Devin Patrick Kelley, o atirador que matou 26 pessoas em uma igreja no interior do Texas.

As regras do Pentágono estabelecem que informações sobre militares condenados por crimes como agressão devem ser enviadas ao FBI e incluídas no banco de dados do registro criminal nacional, o que possivelmente impediria Kelley de adquirir armamentos como o fuzil AR-15 utilizado no massacre na igreja batista de Sutherland Springs.

Devin Kelley foi condenado por um tribunal da Força Aérea no estado do Novo México, em 2012, por agressões à esposa e ao filho, que sofreu fratura no crânio. Ele cumpriu 12 meses de prisão em presídio militar antes de ser dispensado por má conduta em 2014.

A Força Aérea norte-americana reconheceu o erro e informou que abriu um inquérito para investigar o caso. “Vamos avaliar também o banco de dados da Força Aérea para garantir que outros casos sejam reportados corretamente. A Força Aérea pediu também ao inspetor geral do Departamento de Defesa que analise os registros e procedimentos em todo o Departamento de Defesa”, disse uma porta-voz da corporação.


Além da condenação pela Corte Marcial da Força Aérea, Kelley também teve outros episódios registrados. Em 2014, pouco antes de ser dispensado, a polícia local respondeu a um chamado de violência doméstica envolvendo sua namorada, que se tornaria sua segunda esposa.

No mesmo ano, ele respondeu a uma acusação de maus-tratos contra animais após um vizinho denunciá-lo por agredir um cão. Ele negou a acusação, mas aceitou pagar 370 dólares em reparações.

O massacre na igreja texana aparenta ter sido motivado por uma situação doméstica. Investigadores revelaram que Kelley havia enviado mensagens ameaçadoras à sogra. Ela é membro da Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs, mas não estava no local durante o ataque.

Com base nas evidências, os investigadores acreditam que Kelley, de 26 anos, suicidou-se após ser perseguido por civis armados. Ele chegou a telefonar para o pai dizendo que estava ferido e que achava que não iria sobreviver. Após o massacre, três armas foram apreendidas: um fuzil AR-556 foi encontrado na igreja, e duas pistolas estavam no carro de Kelley. (Com agências internacionais)

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