Governo está entre a pasmaceira de Imbassahy e a fanfarronice beligerante de Carlos Marun

Com índice de aprovação chegando ao rés do chão, o presidente Michel Temer luta para levar adiante um governo que esfarela com o passar das horas. Não obstante a crise institucional que chacoalha o País, tema que foi tema de matéria do UCHO.INFO, o governo tornou-se refém do Congresso, onde sobram por todos os lados parlamentares adeptos do escambo criminoso. Aceitam votar e aprovar matérias do interesse do governo desde que a contrapartida palaciana seja a contento.

No afã de aprovar a necessária reforma da Previdência, Temer ensaiou um novo loteamento do governo, mas acabou desistindo diante do não desembarque do PSDB, que já informou ao Palácio do Planalto a decisão de não fechar questão no caso da pauta previdenciária. Ou seja, cada deputado tucano votará de acordo com a própria consciência, se é que a maioria sabe o que isso de fato significa.

Depois de anunciar que o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) assumiria a Secretaria de Governo da Presidência, pasta com status de ministério, o staff palaciano recuou e informou que o atual ministro, o tucano Antonio Imbassahy (BA), permanecerá no posto até o PSDB decidir se permanece no governo ou não.


A situação é de tal forma esdrúxula, que se Imbassahy continuar no cargo será para continuar fazendo o que fez até entao: nada. Isso porque deputados e senadores se recusam a negociar com o tucano, enquanto tratam de questões com chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS).

Diante do impasse do PSDB, o governo cogitou a possibilidade de Antonio Imbassahy se filiar ao PMDB, o que de alguma maneira garantiria sua permanência à frente da pasta. Tudo não passou de balão de ensaio, pois Imbassahy continua no PSDB e atuando no Palácio do Planalto como se fosse uma versão tropical e submundista de rainha da Inglaterra.

Se por um lado Antonio Imbassahy não tem o dom da negociação política, por outro o peemedebista Carlos Marun não é a pessoa mais indicada para tal tarefa. Integrante de primeira hora da tropa de choque de Michel Temer e pouco habilidoso quando o assunto é articulação política, Marun é tão diplomático quanto um sagui enfurecido em loja de cristais.

Se o propósito de Michel Temer é mandar de vez o governo pelos ares, Marun é a pessoa certa para o lugar não tão certo assim. Contundo, se o presidente deseja manter a malemolência do governo no ritmo atual, deixar Antonio Imbassahy no cargo é a solução mais adequada. Até porque, quem nada faz pouco atrapalha. E Marun não se encaixa nesse binômio existencial. Em suma, com um ou com outro a tragédia é inevitável.

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