Atentado a bomba e tiros deixa ao menos 235 mortos em mesquita no Egito

    O Egito foi alvo nesta sexta-feira (24) de um dos ataques mais letais no país nos últimos anos, deixando, por enquanto, 235 mortos. Atiradores detonaram uma bomba dentro de uma mesquita sufista lotada e depois dispararam contra os fiéis na cidade de Al Arish, no norte da Península do Sinai.

    As autoridades elevaram várias vezes o número de mortos, mas esse contingente deve aumentar ainda mais com o passar das horas. A agência de notícias Mena informou que, além das 235 mortes, ao menos outras 125 pessoas ficaram feridas. As autoridades falam em 109 feridos.

    O presidente egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, prometeu resposta “severa” ao massacre. “Pela vida de nossos mártires, as Forças Armadas e a polícia retaliarão com toda a força em breve”, declarou o líder em pronunciamento na televisão.

    De acordo com funcionários da segurança egípcia, Sisi reuniu-se mais cedo com o Conselho de Defesa Nacional para analisar o ataque à mesquita sufista. Além disso, a presidência egípcia declarou três dias de luto nacional pelas vítimas do ataque, que ainda não foi reivindicado por nenhum grupo extremista.

    O atentado ocorreu logo após a oração do meio-dia de sexta-feira – dia sagrado para os muçulmanos –, na mesquita Al Rawda, a cerca de 40 quilômetros da capital da província do Sinai do Norte, Alarixe. Os terroristas colocaram explosivos de fabricação caseira ao redor da mesquita e os detonaram na saída dos fiéis, detalhou uma fonte de segurança à agência de notícias Efe, que acrescentou que pessoas que conseguiram escapar foram baleadas pelos extremistas.


    O jornal “Al-Masry Al-Youm” informou que mais de 20 homens mascarados e armados perpetraram o ataque, e que eles usavam rifles automáticos. Alguns dos suspeitos teriam sido mortos mais tarde em confronto com forças de segurança.

    A região vive uma insurgência de grupos islamistas que já dura quatro anos. Nos últimos anos, a ramificação do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) na região assassinou centenas de policiais, soldados e civis, acusados de trabalhar com as autoridades.

    Um líder de uma milícia beduína que combate o EI no Sinai disse que a mesquita Al Rawda é conhecida por reunir muçulmanos sufistas. O EI compartilha a visão puritana do salafismo, que considera os sufistas apóstatas. O grupo também tem cristãos como alvos.

    Os jihadistas já sequestraram e decapitaram um líder ancião sufista, após acusá-lo de praticar magia, e raptaram adeptos do sufismo, que foram libertados após demonstrarem arrependimento.

    O grupo já matou mais de cem cristãos em ataques com bomba a igrejas e em atentados a tiros no Sinai e em outras partes do Egito. As forças militares do país lutam para sufocar a insurgência dos jihadistas, que juraram lealdade ao EI em novembro de 2014. O Egito também enfrenta ameaças de grupos afiliados à Al Qaeda, que operam na vizinha Líbia. (Com agências internacionais)

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