Padilha diz que PSDB não faz mais parte do governo, mas ministros tucanos podem ficar nos cargos

Ministro-chefe da Casa Civil e integrante do staff do Palácio do Planalto, o peemedebista gaúcho Eliseu Padilha disse, nesta quarta-feira (29), que o PSDB não mais integra a base aliada do governo do presidente Michel Temer. Ele afirmou, no entanto, que ministros tucanos podem permanecer nos cargos. Essa declaração dicotômica mostra que em termos de articulação política o governo está mais perdido do que aparenta.

“O PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, disse, em entrevista a jornalistas. “O PSBD tem interesses políticos que está procurando preservar. O presidente Michel Temer tem a responsabilidade de governar e preservar sua base de sustentação.”

Questionado sobre a situação dos ministros filiados ao PSDB, entre eles o baiano Antonio Imbassahy, que é responsável pela articulação política, Padilha destacou que essa é uma decisão do presidente e que nada impede que ministros do partido permaneçam no governo como parte da “cota pessoal” de Temer.


“A questão ministerial é uma questão do presidente da República. Ele poderá manter ministros do PSDB, tendo o partido deixado de participar da base de sustentação do governo. Uma coisa é um ministro estar no governo representando seu partido e outra é o presidente, na sua cota pessoal, resolver manter um quadro que circunstancialmente seja do PSDB no ministério. Não vejo nenhuma incompatibilidade”, disse.

No momento em que o presidente Temer articula com parlamentares a aprovação da reforma da Previdência, o ministro Eliseu Padilha avalia que, pela posição história do PSBD em relação à reforma, o partido deve ser favorável à proposta.

“O PSDB, desde o início em que esteve participando integralmente do governo, tinha compromisso com a reforma da Previdência e não me consta que eles tenham deixado de tê-lo. A gente conta que eles mantenham o compromisso”, declarou o chefe da Casa Civil.

O anúncio acontece no momento em que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se prepara para assumir a presidência nacional do PSDB. Alckmin tinha na pauta um diálogo com o presidente da República para tratar do desembarque do PSDB, sem causar danos maiores ao já fragilizado governo. De tal modo, a missão do governador paulista fica menos espinhosa.

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