A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta (4) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A investigação está relacionada à apreensão, pela Polícia Federal (PF), de R$ 51 milhões em um apartamento na cidade de Salvador. Também foram denunciados pelos mesmos crimes a mãe de Geddel, Marluce Vieira Lima, e um ex-assessor do deputado, Job Brandão.
Geddel foi preso no dia 8 de setembro, três dias após a PF encontrar a fortuna em malas e caixas no apartamento de um amigo do político baiano. Os valores apreendidos foram depositados em conta judicial.
Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro resulta de esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel Vieira Lima era vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição.
A decisão da PGR de oferecer denúncia contra Gedel e Lúcio Bieira Lima – e principalmente contra a genitora de ambos os políticos – deve levar a um acordo de delação premiada. Geddel, que até agora não forneceu às autoridades qualquer detalhe que pudesse esclarecer a origem do dinheiro sujo, sabe que sua temporada atrás das grades pode ser muito maior do que o esperado.
Por mais que o silêncio dos irmãos Vieira Lima seja, por enquanto, obsequioso, em algum momento a dupla terá de revelar quem são os verdadeiros donos do dinheiro, uma vez que a PF identificou as digitais de ambos em muitas das cédulas encontradas no apartamento.
Se revelarem os nomes dos sócios na dinheirama suja, Geddel e Lúcio Vieira Lima terão de apresentar provas, pois declarações isoladas nada representam em termos de acusação e eventual condenação. Por outro lado, se os irmãos assumirem a propriedade do dinheiro, por certo alguns políticos concluirão, cedo ou tarde, que foram passados para trás. E no mundo do crime organizado esse tipo de deslize é punido com pena capital.
