PMDB decide fechar questão em relação à reforma da Previdência; governo espera efeito cascata

Apostando em efeito cascata na Câmara dos Deputados, o PMDB, sob orientação do Palácio do Planalto, decidiu fechar questão para em relação à reforma da Previdência Social. Com a decisão, o governo espera que outros partidos da base aliada façam o mesmo e garantam a aprovação da matéria, cuja votação em plenário foi agendada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a próxima quarta-feira (13).

O fechamento de questão sugere, automaticamente, algum tipo de punição para quem descumprir a decisão, mas até o momento o PMDB não informou qual tipo de medida adotará no caso de deserção. “Se tivesse punição prevista, você estava ameaçando o companheiro”, declarou o ministro Moreira Franco, da Secretaria de Governo, após deixar a reunião da executiva do partido.

De acordo com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que participaram do encontro, apenas três integrantes da executiva foram contrários ao fechamento de questão: os deputados federais João Arruda (PR) e Mauro Mariane (SC) e o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry.


A direção peemedebista prevê que no máximo 15 deputados federais do partido devem votar contra reforma da Previdência. Entre os revelados está o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), 1º vice-presidente da Câmara. “Vou votar de acordo com a minha consciência. Não fui eleito para fechar questão. Não aceito forca no meu pescoço”, declarou Ramalho.

Além do PMDB, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), com 16 deputados federais, fechou questão em relação à reforma da Previdência. Na decisão, assinada pelo presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson (RJ), não há menção à punição a ser imposta aos parlamentares que desrespeitarem o partido. Outros dois partidos devem seguir o mesmo caminho nas próximas horas: PP e PRB. O PSDB, que continua refém do racha interno, também deve fechar questão.

Na última segunda-feira (4), o presidente da Câmara dos Deputados mudou de opinião e afirmou que, agora realista, o governo tinha pelo menos 325 votos a favor da reforma. Contabilidade à parte, o Palácio do Planalto adotou uma estratégia arriscada, mas que pode produzir resultado. O governo dará sinal verde para a votação da matéria mesmo faltando alguns votos – são necessários pelo menos 308 votos a favor.

apoio_04