A cultura política do brasileiro chega a assustar até mesmo os calouros no tema. Escandalosamente preguiçoso em termos políticos e sempre à espera de alguém que apareça com uma solução milagrosa, mesmo que calcada no radicalismo, o cidadão nacional quer terceira a responsabilidade que cabe a cada um no cenário democrático.
A realidade política brasileira é de tal forma degradante, que até mesmo um discurso “sem pé e sem cabeça” do deputado federal Tiririca causou furor entre os desavisados. Ou seja, o palhaço e dublê de parlamentar, em seu primeiro e derradeiro discurso na Câmara dos Deputados, alcançou o Panteão dos heróis da pátria após oito minutos de palavrório vazio.
Na política inexistem coincidências e até mesmo o mais parvo dos políticos sabe aproveitar dsse detalhe espúrio. Tiririca, que jamais subiu à tribuna do plenário da Câmara dos Deputados, precisou de sete anos para descobrir que a política verde-loura é vexatória e decadente. Foram necessários 2.500 dias e R$ 11,7 milhões gastos com seu mandato para que Tiririca descobrisse sua decepção com a política do País.
O discurso de improviso do palhaço deputado não foi por acaso e aconteceu no mesmo dia em que o instituto Datafolha anunciou os resultados de pesquisa que aponta a reprovação recorde do Congresso Nacional. Em outras palavras, coincidências inexistem na política. Longe de ser “abestado”, como ele próprio afirma, Tiririca sabe que precisa salvar a carreira de palhaço, antes que seja tarde demais.
Com a política escorrendo pelo ralo da degradação, Tiririca errou ao afirmar que jamais revelará a quem quer que seja o que viu e viveu ao longo de seu mandato como parlamentar. Ora, se sua decepção com a política e com muitos dos seus colegas de parlamento é fato real, o mínimo que Tiririca deveria fazer é soltar a voz e direcionar o indicador na direção dos que o desapontaram. Ficar em cima do muro, no melhor estilo bom moço, a essa altura dos acontecimentos mostra ser o palhaço deputado mais do mesmo.
O jogo da política brasileira é bruto e exige competência e coragem daqueles que se ousam adentrar nesse tabuleiro sórdido, que alterna lampejos de picadeiro com detalhes de faroeste. Por outro lado, o Brasil, com dimensões continentais e problemas na mesma proporção, não pode continuar servindo de balão de ensaio para amadores que resolvem se arriscar na política. O tal voto de protesto, que elegeu Tiririca, é um descomunal desserviço à nação e não pode se repetir.
Para muitos brasileiros o palhaço Tiririca mostrou-se corajoso como deputado ao falar para um plenário quase vazio, mas na opinião do UCHO.INFO sua covardia ficou patente no rastro de um discurso insosso e nada inovador. Durante sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2010, Tiririca usou e abusou do bordão “pior do que estão não fica”.
Lamentavelmente, o que já era ruim ficou péssimo. E Tiririca tem sua parcela de culpa, pois durante todo esse tempo permaneceu em silêncio diante do descalabro. E quando resolveu falar, nada disse. Enfim, política é coisa séria, para pessoas preparadas e sem espaço para aventureiros.