Após decisão estabanada de Trump, Hamas convoca nova intifada contra Israel

O movimento palestino Hamas defendeu, nesta quinta-feira (7), a convocação de uma nova intifada (levante popular) contra Israel, após o governo dos Estados Unidos reconhecer oficialmente Jerusalém como a capital israelense.

Na quarta-feira, o irresponsável presidente Donald Trump anunciou a decisão, ignorando alertas de diversos líderes internacionais sobre os riscos que ela pode acarretar aos esforços de paz no Oriente Médio. Na sexta-feira (8), o Conselho de Segurança da ONU vai se reunir de emergência para debater a questão.

“Devemos convocar e trabalhar para lançar a intifada na face de nosso inimigo sionista”, afirmou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante discurso em Gaza. “A política sionista apoiada pelos EUA não pode ser confrontada a menos que iniciemos uma nova intifada.”

Haniyeh, eleito líder do movimento em maio, pediu que palestinos, árabes e muçulmanos realizem protestos nesta sexta-feira. “Façamos do 8 de dezembro o primeiro dia da nova intifada contra os ocupantes”, afirmou.

O Hamas, que já lutou três guerras contra Israel desde 2007, é considerado um grupo terrorista por Tel Aviv e Washington. O movimento se recusa reconhecer o direito de existência de Israel e esteve por trás da última intifada, iniciada no ano 2000.


“Demos instruções a todos os membros do Hamas e todas as nossas ramificações para que estejam prontos para confrontar esse perigo estratégico que ameaça Jerusalém e a Palestina”, disse Haniyeh.

“A Jerusalém unificada é árabe e muçulmana, e é a capital do Estado Palestino e de toda a Palestina”, afirmou o líder do Hamas, referindo-se ao território que inclui Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia ocupada.

Haniyeh pediu ao líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que abandone as negociações de paz e boicote o governo de Trump, “enterrando de vez o chamado acordo de paz”.

A declaração do líder do Hamas confirma temores de que a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, que implica no reconhecimento do status da Cidade Santa como a capital do país, pudesse insuflar as animosidades na região.

Israel considera Jerusalém sua capital “eterna e indivisível”, enquanto os palestinos defendem que a porção leste de Jerusalém deve ser a capital de seu almejado Estado.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece que o status de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelenses e palestinos, razão pela qual os países com representação diplomática em Israel têm suas embaixadas em Tel Aviv e imediações.

Durante o anúncio na Casa Branca, Trump, que toma decisões absurdas apenas para agradar seu eleitorado, disse que a medida apenas reconhece o “óbvio”: que a cidade disputada é sede do governo israelense. “Não é nada mais que o reconhecimento da realidade”, declarou o mandatário norte-americano.

Apesar da real possibilidade de agravamento das tensões, Donald Trump disse que os EUA seguem profundamente comprometidos em promover um acordo de paz que seja satisfatório tanto para israelenses quanto para palestinos. “Farei tudo em meu poder para ajudar a firmar tal acordo”, disse. Ou seja, além de mimado trapalhão, Trump é um néscio em questões internacionais. (Com agências internacionais)

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