Deputado federal pelo PSDB da Bahia – mandato será que retomado nos próximos dias –, Antonio Imbassahy fez um enorme favor ao governo de Michel Temer ao pedir demissão do cargo de ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República.
Há muito sem capacidade de levar adiante a articulação do governo, com direito a desdém por parte de parlamentares, Antonio Imbassahy se antecipou ao próprio partido, que no sábado (9) realiza convenção nacional e deve oficializar o desembarque da administração peemedebista.
Aceitando de pronto o pedido de demissão, Michel Temer escreveu em carta que é “grato” pelo trabalho de Imbassahy. Todos sabem que o então ministro pouco fez no cargo, a ponto de a articulação do governo ter sido assumida oficial e publicamente pelo ministro-chefe da Casa Civil. Eliseu Padilha.
A situação de Imbassahy piorou com o avanço do tempo, pois partidos da chamada base aliada não apenas cobravam a substituição do ministro, mas defendiam a entrega da secretaria ao comando de alguma legenda que tem dado apoio ao governo Temer. Isso deve acontecer nos próximos dias, uma vez que o governo espera votar no apagar das luzes do ano legislativo a reforma da Previdência. A tendência é que a Secretaria de Governo da Presidência seja assumida por algum político do PMDB, partido do presidente.
“Fazer parte do seu governo foi, para mim, uma honra. Atuar na articulação política em um período de radicalização pós-impeachment, com uma grande fragmentação partidária, em meio a enormes dificuldades econômicas e fiscais, representou um grande desafio”, escreveu Imbassahy ao presidente da República.
Temer respondeu ao demissionário ministro, a quem chamou de “amigo”, também por carta. “Os momentos difíceis a que você alude na carta foram enfrentados todos por mim, mas com seu apoio permanente. A sua ponderação, o seu equilíbrio e a sua firmeza foram fundamentais para que não só atravessássemos momentos delicados, mas especialmente porque o Brasil não parou”, escreveu Temer.
A demissão de Antonio Imbassahy é um alívio para o PSDB, que chega a mais uma convenção nacional rachado, como acontece desde a criação da legenda. Com problemas de sobra na prateleira política, os tucanos devem confirmar a escolha do governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, para comandar o partido, o que não significa que os entreveros serão resolvidos a toque de caixa.
Ao contrário do que propaga a cúpula do tucanato, o partido ainda enfrentará dificuldades, pois a ala ligada ao enrolado senador Aécio Neves (MG) está disposta atrapalhar. Afinal, o incompetente e mitômano Aécio está deixando a presidência da legenda pela porta dos fundos.