O presidente francês, Emmanuel Macron, estima que a guerra na Síria contra o grupo jihadista “Estado Islâmico” (EI) será “ganha até meados ou fim de fevereiro”. No entanto “falta falar” com o presidente sírio, Bashar al-Assad.
“Em 9 de dezembro, o primeiro-ministro iraquiano [Haider al-Abadi] anunciou a vitória frente ao Daesh [acrônimo árabe do EI], e penso que daqui até meados ou fim de fevereiro teremos vencido a guerra na Síria”, declarou Macron em entrevista transmitida no domingo (17) pela rede de televisão France 2.
Macron já declarara alguns dias antes que as operações militares contra o EI prosseguiriam até “meados, fim de fevereiro” na Síria, contradizendo assim a Rússia, segundo a qual o país árabe estaria “totalmente libertado” da organização fundamentalista islâmica.
Teerã e Moscou mantêm Assad no poder
O chefe de Estado francês considerou que “falta falar” com Bashar al-Assad. Sua saída imediata é reclamada por vários opositores, no entanto, “Bashar é inimigo do povo sírio; o meu inimigo é o Daesh”, ressaltou Macron.
O líder sírio, prosseguiu Emmanuel Macron, “continuará lá, e também continuará lá porque é protegido por aqueles que, no terreno, também ganharam a guerra, seja o Irã, a Rússia”. “Por isso não podemos dizer que não queremos falar com ele ou com seus representantes.”
Essa conversa que ainda falta, destacou, não impedirá que Assad, acusado de muitos abusos, seja levado a “responder pelos seus crimes perante seu povo e a Justiça internacional”.
“No processo que a França quer ver surgir no início do próximo ano, haverá representantes de Bashar, mas eu desejo também, e sobretudo, que haja representantes de todas as oposições, incluindo aqueles que saíram da Síria pela própria segurança, por causa de Bashar e do Daesh”, enfatizou Emmanuel Macron.
Desencadeada em 2011 com a repressão de manifestações pacíficas, a guerra civil na Síria é responsável por mais de 340 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados. (Com agências internacionais)
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