Insistir na posse de Cristiane Brasil no Trabalho é aumentar desgaste do governo e a derrota de Jefferson

Quando a posse de Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi suspensa pela Justiça com base em ação que invocou o princípio da moralidade, o UCHO.INFO afirmou que a decisão era descabida, pois uma condenação na Justiça do Trabalho, desde que a pena tenha sido cumprida, não é motivo para impedir que um cidadão ascenda a cargo público.

Se a forma como a deputada federal licenciada cumpriu o acordo firmado com os reclamantes no âmbito judicial é alvo de questionamento, que o assunto seja remetido às autoridades para que apurem as denúncias ainda não comprovadas. Segundo consta, Cristiane teria usado verba do gabinete parlamentar para quitar as parcelas do acordo feito com seus ex-motoristas, que não foram devidamente registrados em carteira.

Pois bem, se a questão é agarrar-se ao princípio da moralidade para impedir a posse de Cristiane Brasil, o melhor a se fazer é mandar o País pelos ares, pois na máquina pública, como um todo, um sem fim de condenados pela Justiça. Ficou claro na ação judicial é que o motivo da investida contra Cristiane Brasil foi meramente político e tinha como objetivo maior atingir o pai da parlamentar, o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB.

Como afirmou este portal, o governo de Michel Temer, que sangra em termos de aprovação popular, não precisava passar por tamanho constrangimento. Bastava o presidente Michel Temer não ceder à pressão canhestra do ex-senador José Sarney, que vetou a indicação do deputado federal Pedro Fernandes (PTB-MA) ao cargo de ministro do Trabalho. Fernandes é aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que por sua vez é inimigo político do clã Sarney.

O viés político da investida contra Cristiane Brasil e Roberto Jeffersson está claro, mas é preciso ter bom senso para não proporcionar ao governo Temer um desgaste extra e desnecessário. Até porque, a partir de agora o que está em discussão não é justiça, mas ética. E com a ética na pauta é melhor escolher outro nome para o Trabalho.

Na Câmara dos Deputados, dez dos quinze parlamentares que integram a bancada do PTB defendem a tese de que o partido deve insistir na posse de Cristiane Brasil, o que na opinião do UCHO.INFO pode ser um doloroso “tiro no pé”.


Ao indicar a própria filha para assumir o comando do Ministério do Trabalho, Roberto Jefferson tinha como meta o seu retorno à Câmara, uma vez que a filha não tentará a reeleição, deixando o caminho político-eleitoral livre para o pai. A essa altura dos acontecimentos, ambos, Jefferson e Cristiane, perderam muito em termos políticos. E a eleição do presidente nacional do PTB passou à seara da dúvida.

A situação de Cristiane Brasil piorou sobremaneira com a divulgação de um vídeo em que a quase ministra, a bordo de uma lancha, aparece ao lado de homens desnudos alegando que qualquer pessoa pode cobrar o que quiser na Justiça. É fato que a Justiça trabalhista brasileira é movida pelas aberrações em termos de decisões judiciais, comprometendo a vida de empresários e a existência de empresas, mas quem pleiteia o cargo de ministra de Estado precisa ter compostura. E Cristiane Brasil demonstrou desconhecer o assunto.

No último final de semana surgiram informações de que a quase ministra é investigada por associação ao tráfico. Isso porque Cristiane Brasil, quando trabalhou na campanha eleitoral do ex-cunhado Marcus Vinícius, em 2010, teve de submeter-se às exigências dos traficantes para realizar comícios em algumas comunidades do Rio de Janeiro.

Se essa regra é a que vale, então todas as pessoas que vivem em comunidades do Rio de Janeiro precisam ser investigadas, pois por questões de sobrevivência são obrigadas a aceitar as ordens do crime organizado. Contudo, causa espécie o fato de uma investigação policial, que estava estacionada na gaveta de algum agente do Estado, ser ressuscitada no calor da polemica nomeação da ministra que ainda não tomou posse.

O problema maior surgiu a reboque de gravação em que Cristiane Brasil é flagrada ameaçando servidores de seu gabinete para conseguir na sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2014. Esse comportamento é suficiente para impedir que a petebista chegue de fato ao posto máximo do Ministério do Trabalho, após um mês da sua nomeação.

Porém, é preciso ressaltar que há um enorme ruído constitucional nessa queda de braços que se formou a partir da nomeação de Cristiane Brasil. A Constituição Federal discorre de maneira clara e inquestionável sobre a independência dos Poderes e a convivência harmoniosa entre cada um. O que temos visto no imbróglio em questão é a ingerência do Judiciário nas questões do Executivo, pois a nomeação de ministros de Estado e assessores é prerrogativa exclusiva do Presidente da República.

QUER SABER MAIS SOBRE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA? ASSISTA AO VÍDEO ABAIXO

Ciente da importância da reforma da Previdência Social, cuja aprovação é primordial para o equilíbrio das contas públicas e para acabar com os privilégios de uma minoria abastada, o UCHO.INFO está veiculando as campanhas publicitárias sem qualquer contrapartida financeira. Tal decisão baseou-se no nosso compromisso de fazer jornalismo sério e de qualidade, levando a cada brasileiro a verdade dos fatos e a melhor informação.

apoio_04