Copom reduz Selic a 6,75% ao ano, mas consumidor continua sonhando com taxas reais de juro menores

Confirmando as expectativas dos analistas do mercado financeiro nacional, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juro, Selic, para 6,75% ao ano. Trata-se da 11ª e última redução da Selic, que pela primeira vez na história fica abaixo dos 7%.

Uma nova redução não está descartada definitivamente, mas depende de melhora do cenário econômico. Se isso acontecer, será em março próximo, mas é preciso que o Congresso Nacional aprove a reforma da Previdência, que cada vez mais enfrenta a resistência da interesseira base aliada do governo.

A decisão do Copom é importante porque sinaliza que o País saiu da mais grave crise econômica da história, mas é importante não se animar com esse quadro. Com a Selic mais baixa beneficiam-se a União, ao buscar recursos no mercado e no momento da rolagem de dívidas, e os grandes tomadores de crédito.


No varejo, ou seja, para o reles cidadão, que depende do crédito ao consumidor e do famoso crediário, a situação muda pouco, pois as taxas de juro praticadas por bancos e instituições financeiras continuam em patamares absurdos. A taxa média cobrada em operações de crédito no Brasil, em 2017, foi de 25,6% ao ano. O juro do rotativo de cartão de crédito chegou a 334,6% ao ano, enquanto a do cheque especial alcançou a incrível marca de 323% ao ano.

A pausa nos cortes da Selic se deve a dois fatores: a inflação oficial, apesar de estar sob controle, pode subir neste ano e no próximo no vácuo da retomada da economia. A previsão é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, pode alcançar o patamar de 4,2% em 2018 e 2019. No ano passado, o IPCA ficou em 2,95%.

Outro fantasma que preocupa as autoridades econômicas do País é o clima de apreensão que surgiu no mercado acionário norte-americano na última segunda-feira (5). Para o BC, “apesar da volatilidade recente das condições financeiras nas economias avançadas”, o cenário internacional mantém-se favorável.

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