No Brasil o ano começa após o Carnaval, mas cresce o entendimento de que 2018 é natimorto

Firmando-se cada vez mais como país do faz de conta, pilhéria que envergonha os cidadãos de bem, o Brasil se dá ao luxo de ter um calendário próprio, diferente do adotado pelo resto do planeta. Isso porque nessa república bananeira o ano começa apenas após o Carnaval. Mesmo assim, esse movimento estreia com apavorante lerdeza.

Porém, a realidade temporal apresenta-se de forma distinta, pois o ano é considerado perdido em todos os sentidos. No quesito político, a esperança de dias melhores começa a desaparecer no horizonte, uma vez que as eleições gerais marcadas para outubro próximo servirão para manter o status quo. Ou seja, prevalecerá o famoso “mais do mesmo”, o que para a nação representa o que há de pior, respeitadas as raríssimas exceções.

Sem a expectativa de renovação no Congresso Nacional, a política brasileira tende a repetir o que se viu na última década. Conchavos e negociatas protagonizadas por políticos velhacos, que cada vez mais preocupam-se apenas com os próprios interesses, jamais com as necessidades de uma população vilipendiada em seus direitos.

Depois de enfrentar os efeitos colaterais da mais grave crise econômica da sua história, o Brasil passou a mirar a luz no final do túnel, mas as perspectivas não são das melhores. A reforma da Previdência, necessária para o ajuste das contas públicas, já ficou para as calendas.

Se antes o governo do presidente Michel Temer não tinha conseguido os 308 votos necessários para a aprovação da proposta, agora, com a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, as esperanças foram sepultadas.


O desastre econômico patrocinado pelos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff impôs aos cidadãos uma quota de sacrifícios sem precedentes, com direito a queda no consumo, endividamento recorde, desemprego em níveis alarmantes e ausência de perspectiva.

A anoréxica recuperação econômica, alcançada a reboque de medidas impopulares, pode se transformar em breve em “voo de galinha”: baixo, curto e barulhento.

Esse cenário tornou-se realidade nesta segunda-feira (19) na esteira de decisão do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que suspendeu a tramitação de Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) na Casa. Afinal, durante a vigência de uma intervenção federal a Constituição não pode ser alterada. Em outras palavras, mudanças estruturais para viabilizar a recuperação econômica ficarão para o próximo ano.

Alguém há de afirmar que a intervenção federal no Rio de Janeiro foi precipitada e motivada por questões políticas, mas não se pode fechar os olhos para a caótica realidade. No momento em que o crime organizado sequestra agentes de saúde pública para vacinar criminosos contra a febre amarela e funcionários da distribuidora de energia local para restabelecer o fornecimento de energia, não há como discordar da intervenção. O que não significa que a operação será um sucesso.

Ao longo dos últimos dez anos, o UCHO.INFO vem afirmando que o estrago promovido pelo PT em todos os segmentos do Estado não demoraria a mostrar sua face catastrófica, sendo que sua recuperação exigiria pelo menos cinco décadas de esforço continuado dos brasileiros.

Em tais ocasiões, este portal foi duramente criticado pelos ocupantes do Palácio do Planalto e dos aduladores dos governos de então, que afirmavam ser nossa torcida pelo “quanto pior, melhor”. Somente um delinquente intelectual pode fazer afirmação desse naipe, pois não é preciso doses extraordinárias de massa cinzenta para identificar a aproximação do caos. Dura e preocupante, a realidade dos fatos aí está para que cada um tire suas conclusões.

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