Lava-Jato: cartorário depõe a Sérgio Moro e dificulta situação de Lula no caso do sítio em Atibaia

Desde o momento em que o nome do ex-presidente Lula surgiu no lamaçal levantado pela Operação Lava-Jato, o UCHO.INFO vem afirmando que o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (interior paulista), é o maior problema na órbita do petista-mor.

Com um enredo pífio e recheado de provas incontestáveis, o escândalo que tem a propriedade rural como pano de fundo deve levar Lula a nova condenação, desta vez mais dura e sem espaço para contestações mirabolantes de seus advogados. Isso porque testemunhas de acusação têm fornecido detalhes comprometedores durante depoimento à Justiça.

O escrevente cartorário João Nicola Rizzi disse, nesta quarta-feira (21), ter preparado duas minutas de contrato de transferência do sítio, sendo uma em nome do empresário Jonas Suassuna Filho e outra em nome de Fernando Bittar, ambos sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-metalúrgico. De acordo com Rizzi, as minutas tinham como compradores Lula ou Marisa Letícia, ex-primeira-dama e falecida em fevereiro de 2017.


De acordo com o depoimento do escrevente, as minutas foram elaboradas em 2016 a pedido do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula e também flagrado pela Lava-Jato. Os dados dos compradores foram deixados em branco, seguindo recomendação de Teixeira, mas as respectivas escrituras (o sítio é formado por dois imóveis) não foram formalizadas.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu propina proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras e as empreiteiras Odebrecht e OAS. Conforme a denúncia, as melhorias no Sítio Santa Bárbara totalizaram R$ 1,02 milhão.

Denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula tornou-se réu na respectiva ação penal em agosto de 2017, mas continua alegando inocência. Ninguém é obrigado a declarar-se culpado, mas Lula não pode querer que as autoridades aceitem suas desculpas rasteiras como expressão máxima da verdade.

Quando duas das maiores empreiteiras do País, responsáveis por inúmeras obras do governo federal, assumem a reforma de um reles sítio, é porque há algo errado nos subterrâneos do poder. A situação do ex-presidente da República no caso em questão é de extrema dificuldade, pois provas materiais reforçam a denúncia do MPF.

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