Intervenção no Rio de Janeiro não é agenda eleitoral, diz porta-voz de Temer; PT está preocupado

Em pronunciamento à imprensa nesta quarta-feira (21), o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, afirmou que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro não tem fim eleitoral. “A agenda eleitoral não é, nem nunca o será, causa das ações do presidente”, disse Parola.

De acordo com o porta-voz, o presidente Michel Temer tomou a decisão com base em demanda da sociedade. “O governo seguirá sua trajetória sem pautar-se pela busca do aplauso fácil, mas na rota firme das decisões corajosas que buscam enfrentar e resolver os dramas verdadeiros de nossa nação, sem nenhuma significação eleitoral”, completou.

Desde o anúncio, a medida tem dividido opiniões de especialistas e parlamentares. O porta-voz disse também, sem citar nomes, que assessores e colaboradores que expressem ideias sobre a intervenção estão desautorizados a falar sobre o tema em nome do presidente.

“Assessores ou colaboradores que expressem ideias ou avaliações sobre essa matéria não falam, nem têm autorização para falar, em nome do presidente”, declarou Alexandre Parola.

Michel Temer decretou na semana passada a intervenção no estado do Rio de Janeiro, que será comandada pelo general Walter Braga Netto. O decreto foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.


Desespero petista

Desde o anúncio da intervenção na segurança do Rio de Janeiro, o Partido dos Trabalhadores, assim como as outras legendas esquerdistas, entrou em desespero por causa da perda do discurso contra o governo, que até a última sexta-feira (16) estava centrado na reforma da Previdência.

Com a saída de pauta da proposta que altera as regras para aposentação, a esquerda, em especial os petistas, passaram a criticar a decisão do presidente Michel Temer de intervir no Rio. Um dos mais preocupados com a medida é o ex-presidente Lula, que nesta quarta-feira lançou sua candidatura à Presidência da República.

Diante da possibilidade de Michel Temer buscar a reeleição, mesmo com palacianos negando o fato, Lula afirmou que a intervenção na segurança fluminense é “pirotecnia” do presidente da República. Isso mostra que o desespero dos petistas é muito maior do que se imaginava.

“Acho que o Temer está encontrando um jeito de ser candidato à Presidência da República. E acho que ele achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para ele pegar um nicho de eleitores do Bolsonaro”, disse Lula em Minas Gerais. (Com ABr)

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