Queiram ou não os brasileiros – e com a Justiça Eleitoral não permitindo –, as campanhas rumo às eleições majoritárias de outubro próximo estão nas ruas. O que é prejudicial ao País, que passa a depender dos resultados das pesquisas e do humor dos políticos para ter aquilo que a Constituição garante.
Ainda é cedo para cravar que ganhará a corrida presidencial deste ano, mas um levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostra que, entre os eleitores paulistas, Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro estão tecnicamente empatados na disputa pelo comando do País a partir de janeiro de 2019.
A pesquisa revela que em São Paulo o ex-presidente Lula começa a perder força como eventual candidato, especialmente por causa das lambanças patrocinadas pelo PT e também pelos escândalos de corrupção em que o petista está envolvido, com expectativa de novas condenações à prisão.
Em todos os cenários, o ultradireitista Bolsonaro aparece em primeiro lugar, seguido de perto pelo tucano Alckmin. Na simulação com Fernando Haddad como candidato do PT, Bolsonaro tem 23,4% das intenções de voto, enquanto Alckmin tem 22,1%. Haddad aparece na quinta posição, com 6,55 da preferência dos entrevistados.
Com o petista baiano Jaques Wagner como substituto de Lula, a situação do PT piora sobremaneira em termos eleitorais. Isso porque enquanto Jair Bolsonaro aparece em primeiro com 23,55 das intenções de voto, seguido por Geraldo Alckmin com 23,2%, Wagner surge oitavo lugar, com 1,3%. Ou seja, um fiasco petista no mais importante estado da federação.
No cenário em que Lula aparece como candidato, o ex-metalúrgico aparece em terceiro lugar, com 19,7% das intenções de voto, tendo à frente Jair Bolsonaro com 22,3% e Geraldo Alckmin com 20,1%, em primeiro e segundo lugar, respectivamente.
A pesquisa revela que parte dos votos de Lula migraram para Alckmin, enquanto Bolsonaro manteve o status anterior. De igual modo, o levantamento do Paraná Pesquisas mostra que a suposta capacidade de Lula de transferir votos para os “companheiros” caiu de forma vertiginosa.
É preciso reconhecer que a pesquisa foi realizada em reduto em que a maioria é contrária ao PT. No âmbito nacional, os números do petista tendem a melhorar, embolando ainda mais a disputa.
O empate técnico entre Bolsonaro e Alckmin não deixa dúvidas acerca da incerteza do eleitorado em relação ao candidato que subirá a rampa do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2019. Na polarização entre os dois candidatos que aparecem na dianteira, um tem discurso radical de sobra, ao passo que o outro tem o que mostrar em termos de realizações.
O grande problema é que, recorrendo à lógica política, é difícil decidir em que votar. Lembrando que o próximo presidente da República encontrará a escrivaninha palaciana repleta de “abacaxis”, começando pela necessidade de ajuste das contas públicas. De quebra, o próximo presidente, se verdadeiramente quiser governar e deixar algum legado, terá de promover uma reforma ainda mais drástica da Previdência.