PT precisa decidir se defende a morosidade processual ou a celeridade no âmbito do Judiciário

Como sempre afirma o UCHO.INFO, exigir coerência da classe política brasileira é tarefa hercúlea, tal missão impossível. Mesmo assim, o Partido dos Trabalhadores precisa deixar de lado sua vendeta esquerdista, sob pena de acelerar o processo de deterioração que há muito consome a legenda.

Sob o comando da senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, citada nas planilhas de propina da Odebrecht sob o sugestivo codinome “Amante”, o PT esperneou aos bolhões quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pautou o julgamento do recurso apresentado pelo alarife Lula no âmbito da ação penal do triplex praiano. À época, disseram os “companheiros” que a celeridade processual era fruto de perseguição política contra Lula, resquício do golpe que não existiu.

Pois bem, após os desembargadores da Oitava Turma do TRF-4 confirmarem a sentença condenatória e decidirem ampliar a pena para doze anos e um mês de prisão em regime fechado, o PT passou a ter pressa. E os petistas torceram o nariz quando a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou para terça-feira (6) o julgamento do pedido de habeas corpus formulado pela defesa do ex-metalúrgico.

Com a decisão unanime da Quinta Turma do STJ de negar o habeas corpus a Lula, o PT agora quer que o STF seja rápido e coloque na pauta de julgamento matéria que trata da prisão após sentença de segundo grau.


O desespero diante da possibilidade de Lula ser preso em breve é tamanho, que um grupo de parlamentares petistas, liderado pela irresponsável Gleisi Helena, foi ao gabinete da ministra Cármen Lúcia para, com inequívoco viés intimidatório, pressionar a presidente do STF para que o julgamento fosse realizado quanto antes. Como o Supremo tomou decisão sobre o tema em 2016, não há previsão de a matéria ser reinserida na pauta tão cedo, como esclareceu a presidente da Corte.

Responsável pelo maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, Lula é um criminoso comum que terá de cumprir pena de prisão de acordo com o que determina a legislação vigente. E que ninguém no STF ouse mudar às pressas o entendimento acerca da prisão após sentença de segunda instância, pois se isso acontecer o País estará diante de um casuísmo criminoso.

Por outro lado, o STF deveria se empenhar para definir a questão, uma vez que o País não mais suporta os efeitos colaterais dessa insegurança jurídica que escapa pelas frestas do Judiciário nacional. É preciso pacificar de uma vez por todas o entendimento sobre a prisão após decisão de segundo grau, evitando que uma eventual detenção de Lula e subsequente soltura transforme o petista em um herói.

O PT precisa modular o discurso, já que é inaceitável que o palavrório da “companheirada” varie de acordo com os interesses de Lula. De igual modo, os “camaradas” devem compreender que Lula não é dono do Brasil e está longe de ser um semideus. Ou o partido defende a morosidade processual, como fez no caso do TRF-4, ou defende a celeridade no âmbito do Judiciário, como faz no STF. Afinal, diz a sabedoria popular que “o pau que bate em Chico, bate em Francisco”.

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