Nova fase da Lava-Jato mira em Delfim e mostra que no berço da corrupção PT e MDB eram xifópagos

Ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal pelo MDB de São Paulo, Antônio Delfim Netto foi alvo nesta sexta-feira (9) da Operação Buona Fortuna, 49ª fase da Operação Lava-Jato, que cumpriu três mandados de busca e apreensão na capital paulista e outros seis em Guarujá (SP), Jundiaí (SP) e Curitiba.

Segundo as investigações, Delfim Netto é suspeito de receber 10% da propina paga por construtoras que atuaram na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A propina teria sido intermediada pelo também ex-ministro Antônio Palocci Filho, então homem forte dos governos petistas e preso na Lava-Jato.

De acordo com os investigadores, o dinheiro (R$ 15 milhões) foi repassado pelo Consórcio Norte Energia (integrado pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli), tendo como pano de fundo contratos fictícios de consultoria. Além dos 10% destinados a Delfim Netto, o consórcio de Belo Monte teria enviado propina aos partidos MDB e PT.


O Ministério Público Federal usou informações obtidas pelos acordos de leniência firmados com a Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, além de informações decorrentes da quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico. As investigações revelam que o consórcio teria sido favorecido no leilão de concessão de Belo Monte por agentes do governo federal.

Nas planilhas de propina da Odebrecht, Delfim Netto era mencionado com o codinome “Professor”. O fato de Palocci ter intermediado a propina em favor de Delfim Netto mostra que o aconselhamento dado pelo ex-ministro da ditadura militar à então presidente Dilma Rousseff não foi de graça.

Por outro lado, a Operação Buona Fortuna não deixa dúvidas acerca da relação xifópaga do PT e do MDB no berço da corrupção. Em outras palavras, no maior esquema de corrupção de todos os tempos, as duas legendas foram sócias no crime.

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