Mercado financeiro reduz projeção de inflação deste ano para 3,67%; juro básico também deve recuar

Consultados pelo Banco Central, economistas do mercado financeiro reduziram pela sexta semana consecutiva a estimativa para a inflação de 2018. Essa projeção revela que os analistas do mercado ainda não estão convencidos acerca da retomada do consumo.

A expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, passou de 3,70% para 3,67%, de acordo com o Boletim Focus, divulgado semanalmente e elaborado com base em pesquisa sobre os principais indicadores econômicos.

A projeção está mais distante do centro da meta de 4,5%, mas acima do limite inferior de 3%. Para 2019, a estimativa para a inflação caiu, pela segunda semana consecutiva, ao passar de 4,24% para 4,20%, abaixo do centro da meta de 4,25%.

Na última sexta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou em 0,32% em fevereiro, o menor índice para o mês desde o ano 2000 (0,13%).


Nesse cenário de inflação baixa e economia em recuperação, o mercado financeiro espera que a taxa básica de juro, a Selic, seja reduzida em 0,25 ponto percentual, de 6,75% para 6,50% ao ano, na próxima reunião do Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central.

Principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação, a Selic é acionada para conter a demanda aquecida, o que gera reflexos nos preços, uma vez taxas de juro mais elevadas encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui a taxa básica de juro, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

De acordo com a previsão das instituições financeiras, a Selic encerrará 2018 em 6,50% ao ano e subirá ao longo de 2019, terminando o período em 8% ao ano. Ou seja, a recuperação da economia brasileira ainda está longe do ideal.

A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deste ano, caiu de 2,90% para 2,87%. Para 2019, a projeção é mantida em 3% há seis semanas consecutivas. (Com ABr)

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