Gleisi recorre à Justiça para não ser chamada de “Amante”, codinome usado nas planilhas de propina

Presidente nacional do partido dos Trabalhadores, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann ganhou o curioso e sugestivo codinome “Amante” nas planilhas de propina da Odebrecht, assunto que pode ter rendido à petista constrangimentos no seio familiar.

A senadora só passou a considerar ruim a situação quando foi apanhada por uma operação da Polícia Federal destinada a investigar casos de corrupção e outros crimes. Desde então, Gleisi Helena se revolta quando o caso é mencionado e considera que citar seu codinome – e o fim para o qual era usado – quase um feminicídio.

O deputado estadual Missionário Ricardo Arruda (PEN-PR) decidiu historiar, no plenário da Assembleia Legislativa paranaense, a trajetória de corrupção da senadora petista e os caminhos que a levaram a conquistar o codinome “Amante” nas planilhas de propina da Odebrecht. Foi o suficiente para que a reduzida bancada do PT entrasse em surto e associasse a denúncia de corrupção a machismo e desrespeito à mulher.


A fúria dos petistas foi seguida por uma série de ações judiciais contra o deputado que, ao fim e ao cabo, limitou-se a ler na tribuna matérias de jornais com as peripécias de corrupção da senadora. Ricardo Arruda acabou condenado a tirar do ar um vídeo do Facebook em que ele conta as façanhas de Gleisi Hoffmann.

Os petistas, com seu proverbial cinismo, tentam caracterizar a vitória na questão do vídeo como uma suposta evidência de que Gleisi Helena é inocente das acusações de corrupção e lavagem e dinheiro, que a deixam cada vez mais próxima dos cárceres da Operação Lava-Jato.

Em vez de se preocupar com detalhes fugazes, como o caso do codinome “Amante”, a senadora paranaense deveria imbuir-se de coragem e explicar aos brasileiros de bem a decisão de guindar ao cardo de assessor especial da Casa Civil da Presidência um pedófilo condenado a mais de cem anos de prisão.

Amigo de Gleisi Hoffmann, então ministra palaciana, o petista Eduardo Gaievski foi incumbido de cuidar dos programas federais destinados a crianças e adolescentes. Ou seja, Gleisi escalou um predador infantil para a tarefa.

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