Que a classe política brasileira age apenas e tão somente em consonância com os próprios interesses todos sabem, mas é preciso dar um basta à desfaçatez de alguns eleitos pelo povo, talvez da extensa maioria.
Eleita para comandar nacionalmente o Partido dos Trabalhadores, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann alçou ao posto com a incumbência de ser o para-raios de Lula, condenado a doze anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do polêmico apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista.
Ré por corrupção e lavagem de dinheiro em ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) – está prestes a ser julgada – e citada nas planilhas de propina da Odebrecht sob o sugestivo e constrangedor codinome “Amante”, Gleisi Helena reforçou nos últimos meses seus discursos moralistas. Afinal, é preciso salvar a qualquer preço a pele do “companheiro” Lula e a sua própria.
Desde que Lula colocou nas estradas do sul do País a sua enfadonha e embusteira caravana, alvo de protestos de toda ordem, a presidente do PT simplesmente abandonou as atividades legislativas, como se o Senado Federal fosse uma “casa de Noca”.
A questão não é criticar a opção ideológica de Gleisi Helena ou a decisão de participar da tal caravana, mas de exigir do Senado o corte do ponto da parlamentar petista, que recebe salário de senadora enquanto circula ao lado de Lula e seus quejandos.
O Brasil vive uma profunda e preocupante crise ética, mas Gleisi, que tem se valido de discursos moralistas, ignora o esforço dos trabalhadores brasileiros para custear uma casta privilegiada que atenta contra os interesses da população.
A senadora petista, que ao lado do alarife do Petrolão, está a circular pelo interior paranaense, poderia aproveitar a parada na cidade de Francisco Beltrão e visitar o “camarada” Eduardo Gaievski, pedófilo condenado a mais de cem anos de prisão que conseguiu a proeza de ser nomeado por Gleisi como assessor especial da Casa Civil da Presidência da República.