De forma generalizada, cresce com força e velocidade a crença dos petistas de que os brasileiros sofrem de idiotia. Esse pensamento é também comungado pela senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do PT, que nas planilhas de propina da Odebrecht é citada sob o sugestivo e constrangedor codinome “Amante”.
Em entrevista coletiva concedida na tarde de domingo (15), no acampamento armado pelo PT em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, às custas de sanduiches de mortadelas e diárias de R$ 30, Gleisi disparou mais um dos seus bizarros pensamentos: “O acampamento é importante para mostrar que Lula não está sozinho. Do ponto de vista político, também mostra que Lula não é um preso comum, e sim um preso político”.
A senadora revelou ter mandado imprimir fotos da mobilização e enviado ao ex-presidente da República e âncora do maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. Segundo Gleisi, o ex-metalúrgico escuta todas as manhãs o “bom dia” das mulheres que estão no acampamento.
“Um preso comum, um bandido, não tem o tratamento que ele teve. Não é preso abraçado pelo povo. Será que isso não faz essa gente pensar que não está lidando com um criminoso? Então por isso que a gente vai continuar com o acampamento”, declarou a senadora.
Reportagens publicadas no final de semana, pela revista Veja e o jornal “Folha de S. Paulo”, entre outros veículos de comunicação, relatam como o PT armou minuciosamente a cena de Lula carregado por uma pequena multidão de militantes remunerados. A expectativa era de que tal armação ficasse como a imagem da prisão, mas a estratégia não funcionou.
Na verdade, os brasileiros têm na mente a imagem de Lula desembarcando do helicóptero da Polícia Federal e descendo as escadas rumo ao cárcere. Longe de qualquer heroísmo ou comoção popular, o que ficou como lembrança é um criminoso começando a acertar as contas com a Justiça.
Nas aparições que faz no acampamento dos seguidores remunerados pelo partido, a senadora petista delira. Diz que avaliou que o acampamento diminuiria com o tempo, mas que “está acontecendo o contrário, as pessoas estão vindo para cá, caravanas e mais caravanas. Pessoas por conta própria também estão vindo dormir, ficar com o presidente. Então isso só tende a crescer, não vai diminuir”. Quem conhece a realidade do cotidiano na capital dos paranaenses sabe que o discurso de Gleisi Helena é tosco e marcado pela mitomania, pois em Curitiba o que vem crescendo nos últimos dias é o frio.
Enquanto a presidente do PT dorme em luxuoso apartamento, com direito a mimos como aquecimento e banheira de hidromassagem – suspeita-se de que o imóvel foi adquirido com uma mãozinha de empreiteira amiga –, os militantes arrebanhados em ônibus do interior e colocados nas imediações da PF enfrentam o mau tempo curitibano e infernizam a vida dos moradores ordeiros do bairro Santa Cândida. Eles têm de andar com conta de luz no bolso para provar que são moradores e enfrentam a intimidação de militantes que exigem espaço.
“Mesmo que a imprensa maior queira desconsiderar isso, não queira mais notificar fatos relacionados ao Lula. Eu dou 3, 4 entrevistas por dia a rádios internacionais, que querem saber o que está acontecendo aqui”, contou a petista. “Nós só vamos sair daqui quando ele sair”, ressaltou a senadora em mais um de seus devaneios discursivos.