Mike Pompeo, diretor da CIA e indicado para o cargo de secretário de Estado dos Estados Unidos, viajou recentemente à Coreia do Norte para um encontro confidencial com o líder Kim Jong-un, enquanto os dois países preparam o encontro entre o ditador norte-coreano e o presidente Donald Trump.
O presidente norte-americano confirmou nesta quarta-feira (18), através do Twitter, a reunião entre Pompeo e Kim. “O encontro ocorreu de modo bastante suave, e um bom relacionamento se formou. Detalhes do encontro de cúpula estão sendo trabalhados agora”, afirmou o presidente na rede social.
Na mensagem, Trump afirmou que a reunião ocorreu “na semana passada”. O jornal “The Washington Post”, que havia revelado a notícia em primeira mão, afirmou que o encontro teria ocorrido há cerca de duas semanas, durante o feriado de Páscoa, pouco depois da nomeação de Pompeo para o Departamento de Estado.
“A desnuclearização será um grande acontecimento para o mundo, mas também para a Coreia do Norte”, acrescentou Donald Trump.
Trump “abençoa” encontro das duas Coreias
Na terça-feira (17), ao lado do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, Trump havia dito que seu governo manteve contatos diretos e de alto nível com Kim e que sua reunião com o líder da Coreia do Norte acontecerá em maio ou junho.
“Começamos a falar com a Coreia do Norte diretamente, em níveis extremamente altos”, afirmou Trump ao lado do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, com quem se reuniu no seu clube privado de Mar-a-Lago, na Flórida.
Trump destacou que o encontro pode não ocorrer, caso “as coisas não corram bem”, Ele afirmou que, no momento, cinco locais estão sendo considerados para receber a reunião, mas descartou que possa acontecer em território americano. “Existe uma grande oportunidade para resolver um problema mundial”, destacou o presidente dos EUA.
É possível que o encontro ocorra na zona desmilitarizada na fronteira entre as duas Coreias, que será palco no dia 27 de abril de um encontro entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
O republicano afirmou também que as duas Coreias têm sua “bênção” para alcançar um acordo e pôr fim à guerra que travaram entre 1950 e 1953, e que terminou com um armistício ao invés de um tratado de paz definitivo.
Pompeo se diz “otimista”
Em sabatina no Senado na semana passada para a confirmação de sua nomeação como Secretário de Estado, Pompeo minimizou as expectativas de que um acordo histórico seja atingido no encontro entre Trump e Kim, mas disse que poderá resultar em avanços rumo a um tratado para a redução das ambições nucleares do país asiático.
“Estou otimista de que o governo dos EUA poderá estabelecer as condições para tal, para que o presidente e o líder norte-coreano possam ter essa conversa e nos colocar no rumo de atingir os avanços diplomáticos de que a América e o mundo tanto necessitam”, afirmou.
O surpreendente convite de Kim Jong-uu a Trump foi inicialmente mediado pela Coreia do Sul. Nas últimas semanas, autoridades americanas afirmaram que o regime norte-coreano estaria pronto para discutir seu programa nuclear.
Este deverá ser o primeiro encontro bilateral em mais de seis décadas de hostilidades, desde o início da Guerra da Coreia. As ambições nucleares de Pyongyang se tornaram uma ameaça crescente para os EUA.
As tensões envolvendo a Coreia do Norte se agravaram recentemente após o regime de Pyongyang realizar uma série de testes de mísseis nucleares e balísticos de longo alcance, gerando condenações da comunidade internacional e o reforço das sanções ao país asiático.
Kim, porém, iniciou uma série de esforços diplomáticos para diminuir o isolamento de seu país, com o envio de uma delegação de atletas para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em fevereiro.
No mês seguinte, ele se reuniu em Pequim com o presidente da China, Xi Jinping, realizando sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o poder, há seis anos. (Com agências internacionais)