Lava-Jato: Palocci fecha acordo de delação com a PF e situação de Lula deve piorar a partir de agora

A defesa de Lula, o pivô do Petrolão, ainda comemorava a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar da alçada do juiz Sérgio Moro parte das delações dos executivos da Odebrecht, quando surgiu a notícia de que o ex-ministro Antônio Palocci Filho, preso desde setembro de 2016, fechou acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato.

Com esse novo capítulo, a situação de Lula deve piorar sobremaneira, pois seu ex-colaborador o elegeu como alvo principal das informações que já foram repassadas aos investigadores. É importante ressaltar que, desde a prisão, Palocci foi abandonado pelo PT, legenda da qual se desligou em 26 de setembro de 2017. Na ocasião, o ex-chefe da Casa Civil afirmou que Lula havia sucumbido “ao pior da política”.

Tomando por base que Palocci, o “Italiano” das planilhas de propina da Odebrecht, foi um dos principais operadores petistas nos subterrâneos do poder, não causará espécie se a delação arrastar para o olho do furacão outros “companheiros”, até então incólumes em relação à Lava-Jato.

Com surpreendente paiol de informações, que deve dar novo impulso à Operação Lava-Jato, Palocci não teria poupado, em seus depoimentos à PF, a ex-guerrilheira Dilma Rousseff, que puxou o pino da granada em que se transformou o Petrolão.


Por mais que tenha fornecido à Polícia Federal informações bombásticas, Palocci, experiente que é, não contou tudo o que sabe. Por certo revelou dados que comprometerão os “ex-camaradas” e garantirá eventual temporada em liberdade, até que a pena que lhe impôs o juiz Sérgio Moro (doze anos, dois meses e vinte dias de prisão), seja analisada na segunda instância.

Palocci, como é de conhecimento público, enviou mensagens cifradas à cúpula petista logo após ser preso, mas ao que parece ninguém compreendeu o teor dos “torpedos”. Para tentar evitar o pior, que deve surgir a partir de agora, Lula, o mandrião, contratou o renomado criminalista José Roberto Batochio para reforçar sua milionária defesa. Batochio, à época, defendia Palocci na Lava-Jato.

Fato é que o pragmatismo de Antonio Palocci tornou-se, da noite para o dia, em afiadíssima espada apontada na direção de Lula. E essa situação tem ingredientes de sobra para complicar o ex-presidente, inclusive no escândalo do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior paulista, caso que tem provas de sobra para mais uma condenação. Afinal, Palocci era responsável por fazer a interlocução entre o governo, o PT e a direção da Odebrecht. Em suma, nitroglicerina pura e em quantidade suficiente.

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