Foto ao lado de Ananias, líder da invasão de edifício que desabou, derruba discurso gazeteiro de Doria

(Arquivo pessoal)

Como sempre afirma o UCHO.INFO, exigir coerência dos políticos brasileiros é tarefa hercúlea, talvez seja a mais impossível das missões. O grau de dificuldade do desafio aumenta sobremaneira quando em cena está o tucano João Agripino da Costa Doria Junior, ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato do PSDB ao governo paulista.

Horas após o incêndio e o desabamento do Edifício Wilton Paes e Almeida, na região do Largo do Paissandu, no centro da cidade de São Paulo, Doria afirmou que o imóvel foi ocupado por uma facção criminosa. A infeliz declaração suscitou a indignação de muitos, ao mesmo tem em que atiçou seus defensores, sempre míopes diante da realidade.

Que João Doria é um gazeteiro contumaz todos sabem, mas é inaceitável pasteurizar como criminosos todos os “sem teto” que ocuparam o edifício na berlinda da necessidade. De igual modo, não se pode ignorar o viés criminoso de alguns movimentos sociais que defendem moradia digna aos mais desvalidos. Os líderes desses movimentos abduzem os miseráveis para engrossar um discurso político covarde e bandoleiro.

Assim como a extensa maioria dos políticos brasileiros, João Doria Junior não apenas tem memoria curta, mas abusa da incoerência em suas intempestivas declarações. Mesmo assim, muitos o defendem à sombra do “bateu, levou”. A questão não é revide, pois não houver ataque por parte das vítimas dos “coiotes” que atuavam de forma criminosa no edifício que desmoronou após ser consumido pelas chamas.


Doria pode até querer enganar o eleitorado paulista com seus rompantes verborrágicos, mas em 17 de abril de 2017 posou para foto ao lado de Ananias Pereira (à direita na foto), coordenador do MLSM (Movimento Social de Luta por Moradia) – antigo LMD (Luta por Moradia Digna) – e responsável por cobrar, em média, R$ 300 de aluguel daqueles que ocupavam o edifício que ruiu no último dia 1º de maio.

Na foto (acima), o ex-alcaide paulistano aparece ao abraçado a Ananias Pereira e a outro homem, que faz com a mão o sinal do “acelera”, adotado por Doria como uma das marcas da sua gestão à frente da maior cidade brasileira. A foto foi tirada em um restaurante, durante festa em comemoração ao aniversário de Bruno Covas, atual prefeito da capital dos paulistas.

A assessoria de João Agripino Doria alega que o ex-prefeito não sabia quem eram as pessoas com quem posou para foto, mas é no mínimo estranho o fato de Ananias Pereira ter participado da festa de aniversário de Bruno Covas. Esse enxadrismo de informações comprova as matérias deste portal, que garante haver muito mais ilegalidades por trás da tragédia que chocou o País.

“João Doria não sabia de quem se tratava quando tirou a foto com Ananias, durante um evento em um restaurante, no qual ele esteve como convidado”, informou a assessoria do tucano. “O suposto líder das invasões estava em uma fila com dezenas de pessoas que queriam cumprimentar e tirar selfies com o ex-prefeito, que educadamente atendeu a todos, como sempre faz”, completaram os assessores.

Até a última semana, o prédio que desabou tinha sido ocupado por uma facção criminosa, mas agora o tal Ananias é apenas “suposto líder das invasões”, segundo a assessoria do ex-prefeito. Para quem estreou na política recentemente e acredita ser o último dos gênios da matéria, Doria é tão inocente quanto presunçoso. No caso em questão cabe o dito popular “diga-me com que tu andas e te direi quem és”.

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