Itamaraty reage ao apoio de líderes políticos europeus à impossível candidatura do condenado Lula

Criar constrangimentos ao Brasil no cenário internacional não é novidade quando na proa está o Partido dos Trabalhadores, legenda que acertadamente já foi comparada a uma organização criminosa. A situação piora sobremaneira quando em cena entra a cantilena enfadonha sobre a alegada inocência de Lula, que cumpre pena de prisão (doze anos e um mês) por corrupção e lavagem de dinheiro.

Lula, o alarife do Petrolão, respondeu em liberdade à ação penal sobre o triplex no Guarujá, teve garantido o amplo direito de defesa – no caso em questão foi amplíssimo -, abusou dos recursos procrastinatórios e disparou ofensas ao Judiciário, mas insiste em tumultuar o cenário. Em outras palavras, não há razão para o “jus sperniandi” que os petistas protagonizam em todo canto.

Com o apoio de aduladores espalhados ao redor do planeta, o petista-mor conseguiu que seis líderes políticos europeus manifestassem apoio à sua candidatura à Presidência da República. Isso significa que esses políticos, sem conhecer a legislação brasileira, defendem a imediata soltura do ex-metalúrgico.

É preciso que alguém informe aos incautos defensores que Lula está inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. De igual modo é importante avisar a essas carpideiras de plantão que o ex-presidente brasileiro deve explicações sobre como consegue custear uma defesa milionária com rendimento mensal bruto de R$ 30 mil, segundo depoimento em juízo.

O tal apoio acabou reverberando no Ministério das Relações Exteriores e obrigou o ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB) a se manifestar. O chefe do Itamaraty destacou, nesta quarta-feira (16), a inoportunidade do apoio à suposta e impossível candidatura de Lula.


“Recebi, com incredulidade, as declarações de personalidades europeias que, tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o

Na sequência o texto acrescenta que “qualquer cidadão brasileiro que tenha sido condenado em órgão colegiado fica inabilitado a disputar eleições. Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito”.

Por fim, o ministro questiona. “[Esses líderes estrangeiros] fariam isto em seus próprios países? Mais do que escamotear a verdade, cometem um gesto preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições democráticas.”

Apoiadores

Na relação dos seis ex-chefes de Estado e de Governo europeus que defendem a candidatura de Lula estão o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero (ex-primeiro-ministro) e o francês François Hollande (ex-presidente da República), os italianos Massimo D’Alema (ex-chanceler), Romano Prodi (ex-primeiro-ministro) e Enrico Letta (ex-primeiro-ministro) e o belga Elio di Rupo (ex-primeiro-ministro).

Os ex-chefes de Estado e de Governo fizeram um manifesto denominado “Chamada de Líderes Europeus em apoio a Lula”. O documento foi organizado por Jean-Pierre Bel, enviado pessoal de Hollande para a América Latina de 2015 a 2017, e presidente do Senado francês de 2011 a 2014. (Com ABr)

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