Questões econômicas e casos de corrupção envolvendo o MDB minam a candidatura de Meirelles

A corrida presidencial deste ano está tão concorrida e polarizada quando a de 1989, quando Fernando Collor de Mello derrotou Lula nas urnas. Diante da grave crise econômica que ainda perdura, é preciso que o eleitor tenha consciência no momento de escolher seu candidato, pois promessas radicais e absurdas são apenas armadilhas eleitoreiras, pois passam longe do universo da viabilidade.

Considerado o estrago patrocinado pelos governos petistas na economia nacional, não há como negar que entre os muitos candidatos que aí estão, um dos mais adequados para o cargo é Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e filiado ao MDB.

O presidente da República, Michel Temer, que até recentemente sonhava com a reeleição, jogou a toalha e anunciou Meirelles como pré-candidato do partido. Responsável de fato pelas medidas que colocaram um freio na crise econômica – ainda há muito por fazer – Meirelles não conta com o apoio da opinião pública, mas entre os postulantes ao cargo é o candidato certo para o momento vivido pelo País.


Apesar disso, o cenário atual pode inviabilizar a candidatura de Henrique Meirelles, que terá de enfrentar não apenas os concorrentes, mas as incertezas que pairam sobre a economia nacional. O maior entrave é a polemica que se formou no entorno dos preços dos combustíveis. A política de preços da Petrobras leva em conta a cotação do petróleo no mercado internacional e o câmbio, o que vem permitindo à companhia se recuperar financeiramente, mas impacta no bolso do consumidor.

A saída encontrada pelo governo do presidente Michel Temer é zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) que incide sobre os combustíveis, mas em troca o Congresso Nacional aprova o projeto de reoneração da folha de pagamento.

A medida resolve um problema, mas cria outro ainda maior, no estilo “descobrir um santo para cobrir outro”. De acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), a Casa aprova a reoneração da folha para que os respectivos recursos compensem a perda de arrecadação decorrente da anulação da CIDE. O Palácio do Planalto pretendia usar os recursos da reoneração da folha na segurança pública do Rio de Janeiro, mas terá de mudar o plano.

Não obstante os problemas políticos e econômicos que chacoalham o País há anos, Henrique Meirelles carregará na bagagem de campanha o peso dos seguidos escândalos de corrupção envolvendo caciques do PMDB – e não são poucos. De Michel Temer ao senador Romero Jucá, de Geddel Vieira Lima a ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, o MDB é uma usina de casos de corrupção e outros crimes.

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