Quando o assunto é política, o Brasil encaixa-se perfeitamente no bordão “se cobrir vira circo, se cercar vira hospício”, largamente utilizado pelo UCHO.INFO em seus primórdios para fazer referência às autoridades que usam o mandato eletivo como passaporte para a insanidade.
Pífio como oposição, o PSDB não foge à regra e continua em cima do muro. Quando desce, pula de um lado para o outro, não se importando com os discursos passados. Durante o período mais crítico do segundo e inacabado governo de Dilma Rousseff, o PSDB engrossava a voz para disparar críticas contra a equivocada política econômica que levou o País à recessão, não sem antes condenar a investida petista contra a Petrobras.
É importante lembrar que a estatal petrolífera foi alvo de um esquema criminoso que deixou rombo de pelo menos R$ 60 bilhões, além da estratégia fracassada do governo do PT de subsidiar o preço dos combustíveis, em especial o da gasolina, medida que causou à companhia prejuízo de US$ 40 bilhões.
No rastro do movimento criminoso dos caminhoneiros que paralisa o País em todas as regiões, o vice-presidente do Senado, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), fez um discurso insano na quinta-feira (24), ocasião em que cobrou do governo a demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente.
“O governo está acéfalo, derretendo, e vivemos uma crise sem precedentes que não pode entrar pelo final de semana a dentro. Ou o senhor Pedro Parente aceita rever a política de reajustes dos combustíveis, ou pede demissão ou é demitido. E isso tem que ser para ontem. A Petrobras não é maior que o Brasil”, esbravejou Cunha Lima.
Gostem ou não os brasileiros, a política de preços da Petrobras é justa e correta, pois a empresa acompanha a cotação do petróleo no mercado internacional e as oscilações do dólar no mercado de câmbio. É preciso compreender que a estatal, mesmo tendo a União como acionista majoritário, tem acionistas minoritários que precisam ser respeitados. Ademais, se a empresa é patrimônio nacional, dilapidá-la como sugerem alguns mais exaltados é crime de lesa-pátria.
Cássio Cunha Lima sempre foi um político menor que pegou carona na outrora e falsa pujança do PSDB, partido que definhou ao longo dos anos por incompetência crescente e envolvimento de escândalos de corrupção. Apesar desse quadro, Cunha Lima acredita ser o último gênio da raça humana, o que explica seu discurso desbaratado e oportunista, típico de quem está sempre disposto a jogar para a plateia. Afinal, o senador paraibano está de olho na reeleição.
Em vez de despejar sandices sobre a opinião pública, Cunha Lima deveria deixar de lado a delinquência intelectual que grassa no tucanato e cobrar dos governadores a redução do ICMS que incide sobre os combustíveis. A alíquota média do ICMS sobre os combustíveis é de 28%, mas em alguns casos chega a 34%.
No contraponto, a Petrobras vende a gasolina a menos de R$ 2,10 na refinaria, sendo a diferença de preço destinada à voracidade da carga tributária, principalmente a que compete aos estados.
Alguns governadores, que até a manhã desta sexta-feira (25) mantinham-se sob silêncio covarde e obsequioso, afirmaram que não há como reduzir a alíquota de ICMS incidente sobre os combustíveis. O que denota a disposição de alguns setores político de derrubar o governo do presidente Michel Temer, como se isso fosse a melhor solução para o País.
Fadado a múltiplas e fragorosas derrotas nas eleições deste ano, o PSDB continua exalando soberba e suposta competência, quando na verdade, tirante algumas raras exceções, é um agrupamento de políticos mal resolvidos que ainda não digeriram a derrota na corrida presidencial de 2002.
Há muito vivendo como refém dos eleitos pelo povo, o Brasil, que lentamente começa a se livrar do banditismo político do PT, agora é vítima da canalhice intelectual do PSDB.