ANS suspende comercialização de 31 planos de saúde por reclamações

Doze operadoras de saúde suplementar serão proibidas de comercializar 31 planos de saúde a partir da próxima sexta-feira (8). A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com base em reclamações recebidas pelo Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento da agência reguladora, durante o primeiro trimestre deste ano.

Foram analisadas cerca de 14 mil reclamações no período, a maioria (39,53%) por causa de questões gerenciais, como autorização prévia, franquia, coparticipação etc. Também houve grande número de problemas relacionados ao rol de procedimentos e coberturas (15,85%) e prazos máximos para atendimento (15,04%).

Os planos atendem a 115,9 mil beneficiários, que não são afetados pela medida, uma vez que os planos são obrigados a manter a assistência aos clientes. A decisão da ANS proíbe apenas a venda para novos clientes.


A suspensão é temporária e pode ser revertida se as operadoras comprovarem melhoria no atendimento nesses planos. Trinta e três planos de 16 operadoras, que haviam sido suspensos anteriormente, por exemplo, serão reativados a partir de sexta-feira.

Tomando por base o fato de que as agências reguladoras são instrumentalizadas politicamente, com nomeações que muitas vezes geram suspeitas, a decisão da ANS de suspender a venda dos tais planos de saúde decorre de situação insustentável. Mesmo assim, em breve as operadoras retomarão a venda dos planos ora suspensos.

Não é preciso doses extras de massa encefálica para perceber que há algo errado quando as diretorias das agências reguladoras abrigam representantes do mercado que deve ser regulado. Em suma, no país da piada pronta, o “faz de conta” continua dominando a cena.

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