Collor poderá ficar sem legenda para concorrer à Presidência da República nas eleições de outubro

Senador por Alagoas e ex-presidente da República – foi alvo de processo de impeachment – o ousado Fernando Collor de Mello corre o sério risco de ser obrigado a mudar de planos no âmbito das eleições de outubro próximo.

Réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em ação penal decorrente da Operação Lava-Jato, Collor anunciou recentemente seu desejo de participar da corrida ao Palácio do Planalto, decisão que causou perplexidade em muitos experientes em termos políticos.

Sem nada a perder em termos pessoais, até porque seu mandato de senador termina em janeiro de 2023, Fernando Collor está filiado ao PTC, mas o partido pode não lhe dar legenda para participar da eleição presidencial. A informação, obtida com exclusividade pelo UCHO.INFO, pode ter desdobramentos imprevisíveis.

Ciente de que é nula a sua chance de retornar ao Palácio do Planalto, Collor, ao insistir em sua candidatura, vinha inviabilizando os acordos estaduais do PTC, que poderá se alinhar a vários candidatos, na tentativa de superar a clausula de barreira imposta pela legislação eleitoral. O descumprimento dessa cláusula implica no não recebimento da verba partidária.


Independentemente da possibilidade de o PTC não dar legenda a Collor, o ex-presidente continua firme na busca do seu real objetivo no pleito de outubro: eleger um dos seus filhos, Fernando James Braz Collor de Mello, conhecido como “Fernandinho”, à Câmara dos Deputados.

Em 2017, Fernando Collor reuniu os três filhos para definir o futuro político da família. Naquele momento, a prioridade do senador alagoano era mais uma vez lançar Arnon Affonso como candidato a deputado federal, mas o primogênito abriu mão da empreitada por conta da sua fracassada tentativa de chegar à Câmara em 2002. Atualmente, Arnon é vice-presidente da NBA – liga que controla o basquete norte-americano – para a América Latina.

Joaquim Pedro, outro filho de Collor, jamais despertou interesse pela política. Na reunião familiar, o filho mais velho sugeriu que o candidato deveria ser Fernando James. Apesar da sugestão, o senador ignorou o assunto, até tirar da gaveta o projeto de fazer de Fernandinho o candidato da família.

No caso de se confirmar a informação de que o presidente nacional do PTC, Daniel Torinho, não dará legenda para Collor concorrer à Presidência da República, a campanha de Fernandinho James perde um importante palanque. Por outro lado, o partido parece ter sido tomado por inequívoca sensação de alívio.

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