Britânica é condenada por planejar atentado 100% feminino em Londres

Safaa Boular, de 18 anos, foi condenada nesta segunda-feira (4) em Londres por planejar um atentado ao Museu Britânico, depois de ter sido impedida de viajar para a Síria a fim de se casar com um jihadista do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI). A sentença será decidida num julgamento posterior.

O Tribunal Criminal Central considerou Boular culpada pelo crime de preparação de atentado terrorista. Segundo os promotores, a jovem planejava um ataque com armas e granadas ao museu. A mãe e a irmã admitiram tê-la ajudado, formando a primeira célula do EI no Reino Unido só de mulheres.

No planejamento do ataque, a jovem britânica trocou mensagens com um combatente do grupo na Síria. Safaa iniciou as conversas com Naweed Husain quando ela tinha 16 anos. Ela desejava viajar para a Síria para se casar com ele e juntos os dois queriam realizar um ataque suicida após o casamento.


“Alice no País das Maravilhas”

Husain chegou a mandar 4 mil dólares à irmã mais velha de Safaa, Rizlaine Boular, para pagar os custos da viagem. As duas, porém, foram presas em agosto de 2016 e tiveram seus passaportes confiscados ao deixar a prisão.

Safaa começou então a planejar um ataque em Londres. Após a morte de Husain no início de abril de 2017, foi novamente presa, mas deu continuidade aos preparativos a partir da prisão. Para passar orientações à irmã pelo telefone, referia-se em código a uma festa de chá tendo como tema “Alice no País das Maravilhas”.

Segundo os promotores, Rizlaine, de 22 anos, comprou facas e foi com a mãe, Mina Dich, de 44 anos, fez visitas de reconhecimento aos principais pontos turísticos no centro de Londres. Presas no fim de abril de 2017, elas admitiram o crime de preparação de ato terrorista, sendo condenadas em fevereiro.

Safaa, por sua vez, negou as acusações. Seu advogado de defesa alegou que ela fora persuadida por Husain, que tinha o dobro de sua idade, e que sua família a encorajara. A sentença do trio terrorista será decidida em outro julgamento. (Com agências internacionais)

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