Como antecipou o UCHO.INFO, o plano do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de concorrer ao Palácio do Planalto desabou com a mesma facilidade e rapidez com que foi anunciado. Longe do universo da competência política, Maia é mais um dos “menudos” que herdaram dos pais os espaços políticos na capitania hereditária em que se transformou o outrora Partido da Frente Liberal (PFL), rebatizado de Democratas.
Rodrigo Maia ainda não definiu com o seu partido o candidato que apoiará na corrida presidencial, mas essa escolha recai sobre dois pré-candidatos – Geraldo Alckmin, do PSDB, e Josué Gomes da Silva, que pode concorrer pelo PR – como noticiou a jornalista Andreza Matais, do “O Estado de s. Paulo”.
Diferentemente do que foi anunciado, Maia não tem cacife político para empreitada tão desafiadora eleitoralmente, como a disputa pela Presidência da República. Aliás, Rodrigo Maia corre o risco de não se reeleger à Câmara dos Deputados. Basta ver o desempenho do parlamentar nas últimas três eleições.
Ciente de que sua situação político-eleitoral no Rio de Janeiro não é das melhores, Maia investiu nesse projeto para ter maior visibilidade. E isso ganhou força porque o deputado fluminense aproveitou a baixa popularidade do presidente Michel Temer para contrapor o chefe do Executivo federal. Porém, Maia, mesmo atirando pedras na vidraça palaciana, não deixou de cobrar do governo as devidas (sic) por conta de algumas matérias aprovadas na Câmara.
Maia foi eleito presidente da Câmara dos Deputados após a cassação do mandato de Eduardo Cunha, preso na Operação Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. E sua eleição só aconteceu porque o deputado contou com o apoio da bancada petista, conseguido graças a negociações de bastidores comandadas pelo Partido Progressista, uma das legendas mais atoladas no Petrolão.
Quem conhece a política brasileira com doses de profundidade sabe que Rodrigo Maia tropeçaria nas urnas caso mantivesse sua candidatura ao Palácio do Planalto, não apenas por ter sido um político inexpressivo até chegar à presidência da Casa, mas também porque foi alçado à mira da Lava-Jato.
Mesmo assim, era grande o número de pessoas que torciam pela manutenção de sua candidatura presidencial, pois seria uma forma de ver Maia longe dos corredores do Congresso por pelo menos quatro anos. Agora, com a decisão que deve ser confirmada em breve, a chance de Rodrigo Maia ser reeleito existe.