PF desrespeita regras básicas de aprisionamento em relação à execução da pena de Lula

Desde que foi preso, em 7 de abril, Lula vem abusando da dramaticidade para tentar passar à opinião pública a tese esdrúxula de que é vítima de perseguição política e de caçada do Judiciário. Essa estratégia visa principalmente repercutir no exterior, onde a milionária defesa do ex-metalúrgico aposta em entidades de direitos humanos para reverter a prisão.

A reboque desse enredo marcado pela malandragem, Lula afirmou, em carta ao cantor pernambucano Maciel Melo, que está “numa solitária na Polícia Federal de Curitiba”. Comparar uma sala de Estado-Maior, especialmente criada para receber o ex-presidente, a uma solitária é sinal de desespero de quem já se convenceu de que não deixará a prisão tão cedo.

Lula tem o direito de pensar o que quiser, mas uma sala com cama, chuveiro com água quente e televisão está a léguas de distância da realidade enfrentada por centenas de milhares de presos em todo o País. Ademais, se a cela especial na PF não lhe agrada, que peça transferência para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense.

Ciente de que precisa manter-se no noticiário nacional para evitar mais um encolhimento do Partido dos Trabalhadores nas eleições de outubro próximo, quando a legenda corre o risco de eleger um número de ‘companheiros” aquém do esperado, Lula vem apelando a tudo. E uma bancada menor do que a atual na Câmara dos Deputados significa redução da verba partidária.


Deixando de lado as enfadonhas manobras do PT, a prisão de Lula merece atenção das autoridades, pois a Polícia Federal, em Curitiba, vem descumprindo as regras básicas de aprisionamento. Por ocasião do depoimento como testemunha do ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB), ocasião em que foi alvo de descabidos salamaleques do juiz federal Marcelo Pretas, o petista apresentou-se engravatado.

O sistema carcerário proíbe que presos mantenham nas celas cintos, cadarços de sapatos ou tênis, cordões de roupas e quaisquer objetos que possam ser usados em suicídios ou homicídios. E gravata entra nesse rol de itens proibidos.

A PF, assim como a juíza responsável pela execução da pena imposta ao ex-presidente, erra de maneira grosseira e irresponsável ao permitir essas e outras regalias. Ou será que o petista conta com um “valet de chambre”?

É preciso que alguma autoridade faça valer a lei, pois a Constituição Federal, no artigo 5º (caput), garante isonomia de tratamento a qualquer cidadão, sem qualquer tipo de privilégio. Em suma, Lula continua acreditando que está acima de todos e da legislação vigente.

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