Enredada em escândalos, Gleisi Hoffmann depende de Lula para concorrer à Câmara dos Deputados

Alçada à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores para atuar como para-choque de Lula, o alarife do Petrolão, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann tornou-se dependente do ex-metalúrgico em termos políticos e eleitorais. É o que informa o Blog do Tupan na edição desta terça-feira (12).

Se por um lado Gleisi tem motivos para cobrar o apoio de Lula, até porque defender o indefensável não é tarefa fácil, por outro é preciso saber como o ex-presidente assumirá o papel de cabo eleitoral atrás das grades. O que explica a insistência da senadora na libertação do petista-mor.

Afundando no lamaçal da Operação Lava-Jato e ré em ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), com previsão de julgamento para breve, Gleisi Helena há muito descobriu que tentar a reeleição seria suicídio político. Afinal, as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, feitas por pelo menos seis delatores da Lava-Jato, deixaram a senadora em situação de dificuldade junto ao eleitorado.


Antes da prisão, em 7 de abril passado, Lula insistia com Gleisi para que ela não desistisse de concorrer à reeleição, mesmo que no horizonte despontasse com impressionante clareza a derrota. O ex-presidente da República defendia a tese de que uma mudança de planos por parte de Gleisi Hoffmann significaria confissão de culpa da parlamentar e do próprio partido.

O plano de Gleisi é concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, mas nem isso é considerado como certo. Afinal, a senadora caiu em desgraça não apenas por conta dos escândalos de corrupção, mas por sua postura além de intransigente ao defender Lula.

A ideia da parlamentar paranaense era manter o foro privilegiado, mas o cenário mudou com recente decisão do STF, que definiu que só julgará crimes relacionados ao mandato e cometidos durante o exercício do mesmo. Ou seja, Gleisi não tem saída em relação aos crimes que lhe são imputados no âmbito da Lava-Jato e a Operação Custo Brasil.

Independentemente de tal quadro, a presidente dos petistas tentará um mandato na Câmara dos Deputados como forma de manter-se deu feudo político dentro da legenda, onde cresce a resistência à sua atuação partidária. Afinal, Gleisi adota um discurso beligerante, que em nada ajuda o PT, e insiste em manter o discurso de que Lula será candidato, quando se sabe que isso é impossível de acordo com o que determina a Lei da Ficha Limpa.

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