Em entrevista, o farsante Ciro Gomes abusa da dissimulação, mas a história mostra sua verdadeira face

Apesar de ter nascido no estado de São Paulo – é natural de Pindamonhangaba –, o presidenciável Ciro Gomes é um típico “coronel nordestino”, que usa a truculência física e verbal contra os adversários e todos aqueles que ousam cruzar o seu caminho.

Como nove entre dez políticos brasileiros, Ciro Gomes (PDT-CE) faz do embuste sua bandeira maior. O que explica o falso “bom-mocismo” exalado durante entrevista concedida a Caetano Veloso, que declarou voto no pedetista. Ao cantor e compositor baiano, Ciro Gomes disse que amadureceu e agora está mais tranquilo. Quem o conhece a miúde sabe que tal declaração é uma ode à mentira, pois seu temperamento é explosivo.

De olho no Palácio do Planalto, Ciro Gomes modulou o discurso à sombra da mitomania com o objetivo de capturar os votos dos eleitores de Lula, que cumpre pena de prisão e permanecerá encarcerado por muitos anos. Em setembro de 2017, Ciro disparou contra Lula, a quem serviu como ministro: ““Não é possível insultar a inteligência do povo brasileiro e manter essa narrativa [de perseguição política]”.

Sem cerimônia, o pedetista abusou da bazófia ao afirmar a Caetano Veloso que seu desejo não é ser eleito presidente, mas mudar a história do Brasil. “Não quero me eleger presidente do Brasil, quero mexer na história do Brasil. Não quero sair pela porta dos fundos, no meio de crise, me atolando em dificuldades. Tenho vontade de me projetar para a história, ser o cara que devolveu a felicidade ao Brasil”, disse o pré-candidato.


Longe de ser um representante da esquerda nacional, até porque é um direitista com todas as letras, Ciro ludibria a parcela desavisada da opinião pública quando agarra-se ao mote lulista e afirma que seu desejo é devolver a felicidade ao País. Ou seja, um embuste fabricado por marqueteiros.

Para quem desconhece os fatos ou não se recorda, Ciro Gomes, juntamente com o irmão Cid, foi acusado de desviar R$ 300 milhões do Ministério da Integração Nacional, entre 2003 e 2009. Os recursos tinham como destino milhares de prefeituras, que faziam licitações direcionadas, em favor de empresas cujo dono é ligado ao clã Ferreira Gomes. Parte do dinheiro desviado teria financiado a campanha de Cid Gomes ao governo cearense.

Por outro lado, o falso equilíbrio comportamental de Ciro Gomes vai pelos ares quando reaviva-se uma de suas muitas declarações. Certa feita, ao condenar a prisão de um blogueiro, Ciro desafiou o juiz Sérgio Moro a decretar sua prisão. O pedetista disse que receberia os policiais federais à bala.

Ciro Gomes é um descontrolado que acredita ser o Brasil uma versão agigantada de Sobral, cidade do interior do Ceará, onde sua família manda e desmanda, como nos velhos tempos do coronelismo nordestino.