A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, na terça-feira (19), a ação penal decorrente da Operação Lava-Jato contra a senadora paranaense e presidente nacional do PT, Gleisi Helena Hoffmann, e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações).
Porta-voz de Lula voz mais estridente do petismo a gralhar contra as injustiças (sic) que estariam atingindo o partido, Gleisi terá de operar em causa própria. Afinal, é grande a chance de a senadora ser condenada por corrupção e lavagem e dinheiro, o que a levaria a compartilhar a vivência no cárcere com Lula, seu sábio guru.
O referido processo é o segundo da Lava-Jato que chega à fase de julgamento no Supremo, desde 2014, ano da deflagração da operação que desmontou o maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. O primeiro foi o do deputado federal Nelson Meurer (PP), também do Paraná, condenado em maio a treze anos e noves meses de prisão em regime fechado, também por corrupção e lavagem de dinheiro.
Na ação penal, Gleisi e Paulo Bernardo são acusados de receber R$ 1 milhão em propina do esquema criminoso que durante uma década funcionou deliberadamente na Petrobras. O dinheiro, segundo denúncia da PGR, foi usado na campanha da senadora, em 2010. O empresário Ernesto Kluger, acusado de ter recebido o dinheiro em espécie, também é réu na mesma ação judicial.
De acordo com depoimentos de delatores da Operação Lava-Jato, o valor da propina paga a Gleisi e Paulo Bernardo é oriundo de recursos desviados de contratos da Petrobras. O casal foi citado nas delações do doleiro Alberto Youssef.
Em nota, a senadora disse ter recebido “com serenidade a notícia de que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal deve julgar, na terça-feira, a ação penal em que fui injustamente denunciada, sem qualquer prova ou indício de crime”. Em documento encaminhado ao Supremo durante a fase de defesa, os advogados do casal afirmaram que as acusações são “meras conjecturas feitas às pressas” em função de acordos de delação premiada.
A linha de argumentação da parlamentar petista é semelhante à utilizada por Lula, condenado, em segunda instância, a doze anos e um mês de prisão. Assim como Lula, Gleisi tem de responder por outros crimes.