Gleisi chega a julgamento no STF embalada pela corrupção e por sua conhecida incompetência

Quem vê a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) discursando incansavelmente sobre a inexistência de provas contra Lula e contra ela própria – apesar dos respectivos conjuntos probatórios serem exuberantes e comprometedores – tem dificuldades para recordar que a presidente nacional do partido dos Trabalhadores já foi considerada pelos incautos como uma política promissora. Tanto é assim, que Gleisi chegou a sonhar com a possibilidade de substituir a “companheira” Dilma Rousseff na Presidência da República.

Gleisi Helena elegeu-se senadora em 2010 com 3,1 milhões de votos e a imagem projetada pela propaganda era a de uma mulher suave que trazia um novo jeito de fazer política. Com a queda de Antônio Palocci ela foi convocada pela ex-presidente Dilma Rousseff para comandar a Casa Civil onde demonstrou uma incompetência sobre-humana.

Exemplo maior dessa devastadora incompetência foi a nomeação do pedófilo Eduardo Gaievski, que já havia molestado dezenas de menores, como assessor especial da Casa Civil, com a incumbência de comandar as políticas do governo federal para crianças e adolescentes. Condenado a mais de cem anos de prisão, Gaievski cumpre pena no presídio de Francisco Beltrão, no interior do Paraná. Em suma, a então ministra apostou na tese da raposa tomando conta do galinheiro.

Em seguida, descobriu-se que, longe de representar uma nova forma de fazer política, Gleisi afundou na lama da corrupção que acabou engolindo o PT. A campanha de 2010 havia sido patrocinada por empreiteiras envolvidas no Petrolão e a senadora era conhecida nas planilhas de propina da Odebrecht pelo enigmático codinome “Amante”. O que lhe rendeu constrangimentos familiares.


O marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), responsável pela introdução da mulher na cúpula do petismo, era um ativíssimo operador da corrupção, segundo denúncias.

Paulo Bernardo é acusado de montar no Ministério do Planejamento esquema criminoso que subtraiu mais de R$ 100 milhões de servidores públicos da ativa e aposentados que recorreram a empréstimos consignados através do sistema Consist. Dinheiro do esquema teria pago despesas pessoais de Gleisi, como o salário do motorista e até brinquedos para os filhos do outrora “casal 20”.

Nesta terça-feira (19), Gleisi Hoffmann e seu marido começam a ser julgados pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se do preambulo de uma longa e sinuosa via crucis. Em 2016, Paulo Bernardo chegou a ser preso na Operação Pixuleco II, 18ª fase da Lava-Jato. Gleisi, por enquanto, não conheceu uma cela na condição de hóspede involuntária, mas teme diante da possibilidade de isso acontecer em breve.

Contudo, há outro escândalo que não será julgado pelo STF nesta terça-feira. De acordo com os investigadores da Lava-Jato, um escritório de advocacia de Curitiba ligado ao ex-ministro recebeu mais de R$ 7 milhões entre 2009 e 2015. Desse total, 20% ficavam com o escritório, ao passo que os 80% restantes eram destinados ao pagamento de despesas de Bernardo, que teria recebido cerca de R$ 5,6 milhões.