Lava-Jato: Eike Batista é condenado a 30 anos de prisão por pagar propina de R$ 52 milhões a Cabral

Responsável pelas ações penais da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, o juiz Marcelo Bretas condenou, na segunda-feira (2), o empresário Eike Batista a 30 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, além do pagamento de multa no valor de R$ 53 milhões. Na proposta de delação premiada, rejeitada pela Procuradoria-geral da República, Eike propôs pagar multa de R$ 55 milhões.

Outrora sexto homem mais rico do planeta, Eike foi acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB), que cumpre pena de prisão no Rio de Janeiro no âmbito da Lava-Jato, que desmontou um acintoso esquema de corrupção no governo fluminense.

Com penas que somam mais de 120 anos de prisão, Cabral foi condenado na mesma ação (Operação Eficiência) a 22 anos e oito meses de detenção. O ex-governador cobrou propina do empresário para viabilizar contratos com a administração fluminense.


O juiz Bretas também condenou (22 anos de prisão) Flávio Godinho, ex-vice-presidente do Clube de Regatas Flamengo e que durante anos trabalhou diretamente com Eike. Também foram condenados na mesma ação penal a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo e o ex-secretário Wilson Carlos.

Responsável pela defesa do empresário, o advogado Fernando Martins declarou que o cliente jamais foi condenado e que recorrerá da decisão. Eike Batista foi preso em janeiro de 2017, após a Justiça considera-lo foragido.

Em abril do mesmo ano, o empresário conseguiu o benefício da prisão domiciliar, no rastro de decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com base na condenação, o passaporte de Eike Batista continuará retido.