Lava-Jato: nova fase da operação investiga fraudes em licitação na Saúde do Rio de Janeiro

A Polícia Federal deflagrou hoje nesta quarta-feira (4) a Operação Ressonância, cujo objetivo é desarticular organização criminosa acusada formação de cartéis na área de saúde.

De acordo com a PF, empresas fraudavam licitações no fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares para a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro e para o Instituto Nacional de Traumatologia (Into). São investigadas 37 empresas e a possibilidade de envolvimento dessas companhias em crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A ação policial, cujas investigações acontecem em conjunto com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF), ocorre a partir de elementos colhidos na Operação Fratura Exposta, deflagrada pela força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio em abril de 2017.

A operação conta com a participação de cerca de 180 agentes federais, que cumprem 13 mandados de prisão preventiva; nove mandados de prisão temporária e 43 mandados de busca e apreensão em cinco unidades da Federação: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e Distrito Federal. O apartamento de Sérgio Côrtes, ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, no bairro da Lagoa (zona sul da capital fluminense), é alvo de um dos mandados de busca e apreensão expedidos pela 7° Vara Federal Criminal.


Operação Fratura Exposta

A “Fratura Exposta” identificou grande esquema de corrupção na área da saúde pública do Rio de Janeiro, sendo que as investigações levaram à prisão, além de Côrtes, os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, e seu sócio Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa. Iskin e Pessoa também são alvos da operação desta quarta-feira.

Subsidiam a operação policial informações e material colhidos em inquéritos anteriormente instaurados pela Polícia Federal sobre o assunto, bem como elementos que constam de processos administrativos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que aponta, segundo a nota divulgada pela PF, “para o envolvimento de uma grande empresa do ramo de fornecimento de materiais e equipamentos médicos no sentido de manter sob influência a diretoria do Into”.

“O objetivo dessa atuação seria o de direcionar os vencedores e os valores a serem pagos nos contratos de fornecimento de material e equipamentos junto ao Instituto”, informa a PF. “Outras empresas interessadas em participar das licitações precisavam passar a integrar o cartel coordenado por essa grande empresa do ramo [cujo nome não foi revelado pela Polícia Federal] para ampliar as chances de sucesso”, acrescenta a nota. (Com ABr)