Enquanto Costa Neto “passa o chapéu” Brasil afora, Bolsonaro continua à espera do enrolado PR

Despreparado em termos de gestão pública, até porque jamais ocupou cargo no Executivo, e senhor de propostas radicais, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) continua à espera do Partido da República para reforçar sua candidatura com mais tempo de televisão.

Como afirmou o UCHO.INFO em matéria anterior, o fato de Bolsonaro negociar com Valdemar Costa Neto, “dono” do PR, joga por terra o discurso moralista do candidato do PSL.

Condenado à prisão por corrupção e outros crimes na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), Costa Neto, conhecido como “Boy”, jamais soube o significado de coerência política.

Ávido por cargos na estrutura do poder, Valdemar Costa Neto preocupa-se apenas com os interesses pessoais e do seu partido, não importando o político que terá de apoiar. Ou seja, vale tudo e mais um pouco, desde que a contrapartida seja à altura.

Para quem não se recorda, Costa Neto e o seu PR apoiaram os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, mas não se avexa em negociar com Bolsonaro, um duro e ácido crítico da esquerda nacional, apesar de tempos atrás ter disparado salamaleques na direção do finado Hugo Chávez.


Para conquistar os mais de dois minutos de televisão a que o PR tem direito, Jair Bolsonaro sinalizou ao partido com a vaga de candidato a vice. Entre idas e vindas, Bolsonaro e Costa Neto definiram que o candidato a vice seria o senador Magno Malta.

Há dias, Magno malta disse a jornalistas que havia desistido de fazer dupla com Bolsonaro, pois seria mais útil no Senado – isso exige concorrer à reeleição. Contudo, a declaração de Malta tinha prazo de validade curtíssimo e não precisou de muito tempo para que o parlamentar capixaba desmentisse a si mesmo. Disse Magno Malta que não foi claro na entrevista ou os jornalistas o interpretaram de maneira equivocada. Fato é que malta continua sem definir será parceiro de Bolsonaro.

Considerando que seu apetite por cargos é insaciável, Valdemar Costa Neto não pensou duas vezes para procurar o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, o “plano B” do Partido dos Trabalhadores na corrida presidencial, já que Lula está inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.

Os aduladores de Bolsonaro alegam que no Brasil qualquer político faz acordos para tentar se eleger, mas a questão está na coerência do discurso, se é que existe. Para quem condena com veemência o status atual da política nacional, não sem antes defender uma mudança radical, Bolsonaro é o que se pode chamar de “mais do mesmo”.