Ministro da Secretaria de Governo, o polêmico Carlos Marun, em mensagem distribuída no WhatsApp a um grupo de emedebistas, chamou de “débil mental” Ciro Gomes, o candidato do PDT à Presidência da República. Pode-se afirmar que o termo é inadequado, mas Marun não “errou na dose” ao atacar Ciro Gomes, mesmo que reservadamente, apesar do vazamento.
Conhecido nacionalmente por sua postura típica de coronel do agreste, Ciro é um digno representante da direita truculenta que tenta abduzir o esquerdismo bandoleiro para viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto. À sombra do messianismo tupiniquim, Ciro Gomes insistem em aparecer na cena política atual como um dos integrantes da esquerda, a mesma que levou o País à ruína na esteira do maior e mais acintoso esquema de corrupção da história do planeta.
No afã de aumentar o tempo de televisão e eventualmente chegar ao segundo turno, o que muitos especialistas consideram missão impossível, Ciro Gomes tem investido em diversos flancos da esquerda nacional. Já namorou o PT, mas esbarrou na resistência de Lula, que insiste na própria candidatura como forma de evitar que o partido não encolha ainda mais nas eleições de outubro próximo.
Ciro continua flertando com o PSB, ao mesmo tempo em que insiste em fazer aliança com o PCdoB. Contudo, enquanto conta com o apoio do governo do Maranhão, o comunista Flávio Dino, para viabilizar tal parceria, o candidato do PDT esbarra em Manuela D’Ávila, que não arreda pé do projeto de ser candidata do PCdoB à Presidência. Toda essa cena serve apenas para manter viva a ideologia esquerdista, cada vez mais consumida pela decrepitude.
Que o plano dos partidos de esquerda era se juntar em eventual segundo turno todos sabem, mas o grande desafio é chegar a essa etapa da disputa. A chance de isso acontecer é nula, para a sorte dos brasileiros, mesmo que Lula escolha um poste para substituí-lo na corrida presidencial. De chofre falou-se em Jaques Wagner, mas o petista baiano prefere concorrer ao Senado a ficar no ostracismo político – sua eleição é dada como certa. Depois surgiu o nome de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, mas seu cacife eleitoral fica aquém da necessidade do PT. No ápice do desespero, os “companheiros” chegaram a sugerir o nome do mineiro Patrus Ananias. Mesmo assim, Wagner continua sendo o preferido dos “companheiros”.
Voltando a Ciro Gomes… O pedetista, que estreou na política filiando-se ao radicalíssimo PDS (sucessor da velha Arena), apostou durante as últimas semanas no apoio do chamado “Centrão”, que acabou embarcando na campanha do tucano Geraldo Alckmin. Ruim para ambos. Para Ciro Gomes porque sua candidatura fica sem o tempo de televisão a que têm direito os partidos do bloco, mas livra-se dos graves problemas de alguns líderes das legendas. Para Alckmin porque sua campanha recebe carga extra de escândalos de corrupção, apesar de conseguir mais de cinco minutos de tempos de televisão.
Na internet, em especial nas redes sociais, sobram especialistas em política, assim como acontece nos mais distintos segmentos da vida cotidiana, mas esses herdeiros de Aladim sequer conseguem enxergar além do próprio nariz. Regurgitam teorias canhestras como se fossem verdades magistrais e derradeiras, sem se dar conta que não passam de tolos que se prestam a papeis pífios e menores. Sobre a derrocada antecipada de alguns candidatos e o enxadrismo eleitoral trataremos mais adiante em outra matéria.